Se fosse vivo, José Dinis Aveiro faria 62 anos. Por isso Katia Aveiro decidiu deixar uma mensagem dedicada ao pai.

"Hoje, dia 30 de setembro, seria mais uma data para dizer “Parabéns” e comemorar com uma grande festa! Esta data jamais será esquecida, mas as festas de outros tempos deixaram de existir, pelo menos deste dia", escreve.

"A partir do dia que Deus resolveu tirar das nossas vidas o meu pai – o pai dos meus irmãos, o avô dos meus filhos e dos meus sobrinhos, o tio dos meus primos, o irmão dos meus tios e o amigo dos seus – deixou de ser celebrado este dia em que nasceu o homem que tanta falta nos faz e que nos deixou num momento improvável. Foi cedo demais!

Essa sensação de revolta jamais mudará! Eu não estou, nem nunca estive preparada para aceitar a perda de quem eu amo! Aceito e conformo-me com as leis de Deus, mas essa dor jamais irá passar! E como eu queria estar hoje a celebrar na nossa terra, ou até em qualquer parte do mundo. Admito que o importante era estar com ele, mas a nossa ilha era especial. Era o nosso canto, o nosso palco e o nosso refúgio. É para a terra que me viu nascer que as minhas memórias me levam!”, continua no seu blogue.

“Amava abrir uma garrafa de champanhe e cantar-lhe os parabéns!! Como eu queria tanto… Como eu queria juntar os meus irmãos, os meus primos, os seus amigos, irmãos e restante família! Fazer uma patuscada como nos tempos antigos (expressão que ele muito usava), com o garrafão de vinho seco e o pão de casa com manteiga, o milho frito e a espetadinha. Além da música, pelo meio, para dançar ao mais alto ritmo (essa ele nem admitia que faltasse). Com ele tudo era em grande e a sua presença era sempre notada a léguas! Riamos às gargalhadas com as suas asneiras e anedotas, com o seu sentido de humor constante!", afirmou emocionada.

"Que saudades desses tempos,que saudades de dizer pai e de perguntar “pai o que queres que te ofereça?”. E ele respondia “não quero nada, não vale a pena gastarem dinheiro”. Que saudades de vê-lo a descer o bairro já com uns copitos, com o saco da carne na mão (para a patuscada), mas sempre com a elegância que o marcava. Não curvava as costas, não andava nem para a direita nem para a esquerda porque nem os copitos a mais lhe roubavam aquela forma elegante e altiva de andar. Era impressionante! E quem teve o privilégio de o conhecer sabe-o bem. Era a elegância em pessoa

Quem herdou dele essa forma reta e elegante de caminhar foi o filho mais novo, o Cris. Todos nós temos um pouco dele: o tom bronzeado e o caráter teimoso foi o Hugo quem ficou com eles, o lado pensativo e observador que ele tinha ficou na Elma e o lado brincalhão mais a veia de artista adivinhem quem herdou! Eu mesma! É um pouco de tudo isto que traz saudades. As saudades que ficam cravadas no peito e jamais se irão apagar!

Meu pai, pai de todos nós. Pai, pai, pai… sim saudades de te chamar pai!!! (Nunca pensei sentir saudades de chamar este pequeno nome: PAI). Ele estará sempre em nossos corações e a melhor fortuna que um pai pode deixar aos filhos é a honestidade, a união, a humildade e o agradecimento!! E isso, pai, tu deixas-te aqui na terra! O legado de Dinis Aveiro será sempre honrado em tua memória por ti, pelos teus filhos e pelos teus netos que jamais se esquecerão de ti!.

Longe ou perto, a nossa raiz e a nossa essência será parte do teu sangue!!! Pai, pai, pai, mil vezes pai… Parabéns!!!", termina.