Manuela Moura Guedes, uma jornalista que não morre de amores por José Sócrates, revelou no Facebook pormenores de um curioso jantar que reuniu em Lisboa, no passado sábado, o ex-chefe do Governo e muitos dos seus antigos ministros. 

A apresentadora do programa “Quem Quer Ser Milionário?” contou assim os principais momentos de uma noite em que (quase) conheceu pessoalmente o homem com quem andou às turras nos seus tempos de TVI: 

“Não tenho por hábito falar aqui da minha vida privada. Mas, desta vez, não resisto, até porque se cruza com a vida pública de todos nós. Ora, ontem, convidada para um jantar de anos de um amigo, vejam lá a surpresa quando sei que, no andar de cima do restaurante, o anfitrião do outro jantar era (José) Sócrates, personagem com quem nunca estive pessoalmente. (…) Entre nós só havia uma longa escada, íngreme, mesmo à frente dos meus olhos. 

“(…) Pensei que fosse para festejar a entrevista dada ontem ao Expresso, onde falou para um Povo ingrato que não compreende a grandeza do homem que faz um mestrado em Ciências Políticas como um aluno comum do ensino pós-Bolonha. Não são todos os políticos que o fazem, nós sabemos ... e já depois de ser ministro, primeiro-ministro e em França! E qual Sorbonne!!! Merecia um jantar. Mas descobri não era bem por isto…

“(…) Do andar de cima, ouviam-se palmas e, confesso, a minha curiosidade foi aumentando, ainda perguntei ao dono do restaurante se podia ser eu a levar os cafés... mas, não sei porquê, ele disse-me que não (…)  Tive a grata surpresa de poder ver através dos vidros, que são grandes, que os meus vizinhos de cima estavam a ver, projetada na parede, uma entrevista do Herman José precisamente com José Sócrates. Pensei que estavam a recordar coisas antigas que era uma espécie de romagem de saudade. Mas não, era mesmo o programa do Herman de ontem (sábado), que estavam todos a seguir numa espécie de homenagem ao Grande Líder.

 “(…) O primeiro a sair foi Mariano Gago, seguido de Rui Pereira, cada um levava debaixo do braço um livrinho, o tal sobre a tortura que serviu de trabalho final do mestrado e que Sócrates decidiu publicar. Foi isso que serviu de pretexto ao repasto em que Sócrates se quis ver rodeado dos seus ministros. (…) Até Mário Lino, menos ágil nas escadas por momentos, pareceu que ia aterrar na Ota, em grande estilo.

 “(…) Se estão à espera de pormenores da saída do novo estudioso sobre a tortura , tirem o cavalinho da chuva. Eu também esperei um bocado, mas tenho a impressão de que por muito que esperasse, seria a mesma coisa. Ele só saiu depois de eu sair. Deve ser um cavalheiro... primeiro as senhoras! E assim, não foi desta que conheci José Sócrates, mas, pensando bem...”