Para ganhar o título de mulher mais bela do mundo, a venezuelana Dayana Mendoza, de 22 anos, teve uma ajuda extra: o bisturi do cirurgião plástico. Antes de ser eleita, no Vietname, durante a madrugada de segunda-feira, a nova Miss Universo retocou o nariz e aumentou o peito.

Com estes ligeiros retoques, que os regulamentos permitem, Dayana melhorou o sorriso e o perfil, alcançando as medidas consideradas ideais para este tipo de competições (90 centímetros de busto, 61 de cintura e 90 de ancas).

Embora admitindo que a vencedora já estava, à partida, num bom patamar de beleza natural, a representante espanhola não deixou de referir-se a estas pequenas alterações cirúrgicas como importantes para a decisão do júri. Em declarações ao "El Pais", Claudia Moro disse que todas sabiam que as plásticas são permitidas, mas que ela prefere "a beleza natural".

O semanário venezuelano "Versão Final" também dá conta da plástica feita pela vencedora, ressuscitando o debate em torno de um tema polémico. A Miss Universo 2006, a portoriquenha Zuleyka Rivera, negou ter-se submetido a uma dessas cirurgias, por mais que os médicos garantissem que tinha operado o nariz. Em 2001, a representante do Brasil, Juliana Dornelles Borges, admitiu ter-se submetido a 19 cirurgias plásticas antes de ganhar a coroa. Mexeu em quase tudo: cintura, barriga, pernas, costas, nariz, orelhas, queixo e busto. E ainda injectou os lábios e as maças do rosto.

Consultado pelo "El Pais", o brasileiro Ivo Pitanguy, um dos principais cirurgiões plásticos do mundo, desvaloriza as críticas. Ela acha que as operações estéticas não desvalorizam os concursos de beleza, nem criam concorrência desleal, sendo antes "um complemento".

Na opinião deste médico, que aos 81 anos já fez mais de 60 mil intervenções, "um cirurgião não cria uma Miss Universo". Mas é claro que pode ajudar um bocadinho...