Envolvido numa guerra com José Sócrates, que lhe teria chamado "louco" e outros nomes feios no decurso de uma conversa com Nuno Santos, director de Programas da SIC, num restaurante de Lisboa, o jornalista Mário Crespo anunciou que vai apresentar "queixas formais" contra o primeiro-ministro na Entidade Reguladora para a Comunicação Social, no Sindicato dos Jornalistas e no International Comittee for Journalists.

"A questão substantiva é que houve um encontro em que o primeiro-ministro se referiu a mim como um louco que tinha de ir para o manicómio e que era um problema para resolver" - sublinha Crespo numa entrevista publicada hoje no jornal "24 horas".

O pivô e entrevistador da SIC Notícias entende que esta situação é "muito semelhante" à do caso Manuela Moura Guedes, afastada do "Jornal Nacional de Sexta" da TVI por alegadas pressões do Governo.

Interrogado sobre as consequências desta polémica na sua carreira profissional, Mário Crespo refere não ter receio. Diz ele: "Além do mais, já tenho 63 anos, não tenho medo dos efeitos que isto possa ter na minha carreira profissional ou de ir parar ao desemprego. (...) Se há um membro do Governo que tenta interferir na minha liberdade de expressão tenho que me insurgir e denunciar."

Finalmente, na mesma entrevista, Crespo revela que tem tido, nesta guerra, o "apoio inequívoco" do director de Informação da SIC, Alcides Vieira, e do director-geral da empresa, Luís Marques.