Detido precisamente há nove anos na Alfândega do Aeroporto da Portela, por alegado contrabando de jóias, José Castelo Branco pode, finalmente, cantar vitória.

O “marchand” de arte soube há poucos dias que o caso foi dado como encerrado, a seu favor, depois de ter conseguido provar que as jóias, avaliadas em 2 milhões de euros, eram do seu uso pessoal e de sua mulher, Betty Grafstein.

Castelo Branco, que já tinha recuperado as peças em troca de uma garantia bancária de 100 mil euros, já pôde levantar o dinheiro que estava empatado no banco.

O “conde” está, naturalmente, satisfeito com o desfecho do caso (“Fez-se justiça!” – disse ele), mas não esquece o “inferno” por que passou e até admite vir a processar o Estado português. Não agora, “porque o País está a atravessar uma horrenda crise financeira”, mas mais tarde…

Castelo Branco recordará para sempre o momento em que os agentes da Alfândega o mandaram despir, ele que viajava de Nova Iorque para Lisboa “com umas meias de ligas e umas cuecas de fio dental”…

E lembrar-se-á também daquela noite que passou na cadeia da Polícia Judiciária, em Lisboa, antes de ser ouvido pelo juiz, com um grupo de presos, “homens enormes, mas que se portaram como uns amores, uns cordeirinhos”. E que até chegaram a fazer “uma cantilena” em sua homenagem.