Há precisamente 25 anos, Madonna ultrapassava todos os limites e voltava a chocar o mundo, desta vez com «Sex», um livro de fotografias, muitas delas explícitas, onde chegava a aparecer nua, na companhia de várias celebridades. Com imagens de Steven Meisel e direção artística de Fabien Baron, a polémica obra foi editada por Glenn O'Brien e publicada pela editora Warner Books, em parceria com a Maverick e a Callaway Books.

Inspirada na atriz Dita Parlo, uma das estrelas do cinema da década de 1930, a intérprete de «Like a virgin» e «American life» encarnou Mistress Dita, uma personagem que se envolve em atividades sexuais, em práticas sadomasoquistas e em orgias na companhia de figuras públicas como a atriz Isabella Rossellini, os rappers Big Daddy Kane e Vanilla Ice, a modelo Naomi Campbell, o modelo Tony Ward e o ator Udo Kier.

A socialite Tatiana von Fürstenberg, a empresária Ingrid Casares e o ator de filmes pornográficos Joey Stefano também surgem nas páginas do livro que, por ideia de Madonna, foi comercializado com uma capa de alumínio com espirais dentro de uma embalagem de plástico metalizado. Na altura, apesar do potencial comercial da obra, os editores estavam apreensivos com o lançamento, marcado para 21 de outubro de 1992.

1,5 milhões de livros vendidos em três dias

O êxito foi imediato. Nos EUA, só no primeiro dia, o livro vendeu 150.000 cópias, passando a liderar a lista de best sellers do jornal The New York Times, apesar das reações negativas dos críticos e até da maioria dos fãs. Muitos achavam que, desta vez, depois da polémica que o ousado vídeo de «Justify my love» já tinha criado, ao ponto de ser banido por canais de música como a MTV, Madonna tinha ido longe demais.

À medida que os anos foram passando, muitos dos detratores começaram a olhar para a obra como uma criação artística à frente do seu tempo, transformando-a num objeto de culto. «25 anos depois, o livro de sexo de Madonna continua a ser o momento mais radical da pop», considera o jornalista Matthew Jacobs. «Continua a ser a jogada mais radical alguma vez feita por uma estrela pop», acrescenta ainda.

Apesar de ser comercializado a 50 dólares, cerca de 43 euros, «Sex» vendeu os 1,5 milhões de cópias da sua primeira e única edição em apenas três dias. Além de ser o livro de mesa mais vendido até hoje, continua também a ser a obra de literatura descontinuada mais procurada. Num leilão da leiloeira Julien's Auctions em 2011, um exemplar assinado por Madonna foi arrematado por 1.100 dólares, cerca de 934 euros.

Há 25 anos Madonna ultrapassava todos os limites

Texto: Luis Batista Gonçalves com Steven Meisel (fotografias)