A atriz Fernanda Serrano decidiu contar todos os pormenores da sua luta contra o cancro da mama num livro autobiográfico intitulado “Também Há Finais Felizes”, que chegará às lojas na próxima semana.

Num dos capítulos, já divulgado, a mulher de Pedro Miguel Ramos descreve as dolorosas emoções que viveu, em fevereiro de 2008, quando os médicos lhe diagnosticaram a doença.

Escreve a atriz: “Eu tinha 34 anos. Supostamente, não tinha chegado sequer a meio da vida. A ideia de que uma coisa má estaria a acontecer-me não me largava, mas ao mesmo tempo parecia-me inconcebível. Eu acabara de ser mãe.

Tinha uma bebé que, até há poucas horas, ainda dependia de mim para se alimentar e um rapaz que nem três anos completara. Que seria deles sem mim? Do meu marido sem a mulher e a mãe dos seus filhos? Dos meus pais sem a sua única filha? A hipótese da minha morte parecia-me monstruosa demais para ser possível. E, no entanto, eu sabia que era.”

Logo a seguir, Fernanda Serrano conta que, por coincidência, soube da má notícia poucas horas antes da gala do 15º aniversário da TVI, no Coliseu de Lisboa, e que só foi à festa, após forte pressão do marido, para evitar suspeitas e especulações.

“ Saímos do carro, lá vieram os fotógrafos, foi o faz-de-conta”, recorda a atriz, que descreve assim as emoções dessa noite: “Lembro-me perfeitamente de estar no meio dos ´flashes’ a pensar: ‘Esta gente não faz ideia do que se passa aqui dentro. Como é possível ninguém se aperceber do caos instalado dentro de mim?’. Eu própria olho para as fotografias que depois saíram nas revistas e vejo-me feliz e contente. Mas estava devastada. Mas hoje ainda não sei como é que tive aquela capacidade, como consegui estar ali de pé, e a sorrir. É impressionante.”