A cerimónia da entrega dos Globos de Ouro, marcada para o próximo dia 13 de Janeiro em Los Angeles, corre o risco de ficar às moscas. Muitos actores e actrizes decidiram solidarizar-se com os guionistas, em greve desde início de Novembro, e ameaçam não comparecer se não for entretanto alcançado um acordo laboral com os estúdios de Hollywood.

A greve dos guionistas, por si só, já seria suficiente para dificultar a transmissão televisiva da cerimónia. Nos últimos dois meses, as estações de TV têm sido obrigadas a pôr no ar "enlatados" e a repetir programas - única maneira de manterem as emissões sem recorrerem às equipas de argumentistas. Agora, porém, é a própria cerimónia dos Globos que está ameaçada.

Um dos actores mais solidários com a greve dos guionistas é David Duchovny, que em Portugal ficou conhecido pela sua participação em "Ficheiros Secretos" e este ano recebeu uma nomeação para os Globos como melhor actor de filme cómico (em "Californication"). "Nunca boicotarei os piquetes de greve", disse David. E acrescentou, com humor: "Preferia mandar um duplo...". Também Christina Applegate, protagonista de "Samantha Who?" e nomeada para os Globos numa das categorias de melhor actriz, apoia a greve e ameaça não comparecer à cerimónia: "Isto já cheira mal, e quanto mais depressa acabar, melhor". Em contrapartida, a sua colega Katherine Heigl (que tinha jurado não pôr os pés na cerimónia) mudou de opinião quando soube que tinha recebido uma nomeação. "Claro que vou comparecer", disse a estrela de "Anatomia de Grey". "Agora só preciso de decidir o que levo vestido". Entretanto, uma "cerimónia" alternativa está a ser preparada pelo actor Alec Baldwin. "Se o conflito não estiver resolvido até ao dia da cerimónia", anunciou a bem-humorada estrela, "estão todos convidados para o meu apartamento de Manhattan". Ementa da festa: saladas de atum, de ovo ou de macarrão, cerveja e vinho branco e tinto.