Quatro meses depois de ter inaugurado a sua UP Boutique, uma loja de roupa e acessórios originais, a galerista e apresentadora de televisão Raquel Prates não se queixa de crise. Pelo contrário, confessa-se satisfeita com o negócio e até já mudou do edifício Embaixada, no bairro lisboeta do Príncipe Real, para instalações maiores na Rua Alexandre Herculano.

O que podemos encontrar na UP Boutique?

Peças de designers portugueses. Considero que a moda também é uma arte, tem um conceito muito abrangente e, portanto, podemos encontrar na Boutique diversos artistas. Temos os consagrados Story Taillors, a Manjerica e muitas outras marcas nacionais.

Abriu a UP Boutique em setembro de 2013. Que balanço faz destes primeiros meses de atividade?

Faço realmente um balanço muito positivo. Acho que existe uma nova sensibilidade no sentido de consumir o que é português, o que me agrada profundamente. A maior parte dos artistas que estão na UP Boutique já possuem prémios internacionais e acho que é fundamental ajudá-los a desenvolverem os seus projetos aqui. Só trabalhamos com designers emergentes, nacionais e de qualidade irrepreensível dentro do vestuário e dos acessórios, ou seja, sempre ligados à moda.

Entretanto, já mudaram de instalações…

Abrimos no Príncipe Real (no centro de lifestyle Embaixada) mas já estamos a trabalhar na Rua Alexandre Herculano num espaço maior, de 400 metros quadrados. Nós valorizamos os produtos como se fossem obras de arte e a mudança permite-nos dar-lhes maior visibilidade.

E a procura por parte do público tem correspondido?

Começa a existir. Quase que é necessária uma reeducação cultural a esse nível, mas já se sente. Precisamos que as pessoas voltem a gostar do que é português.

Essa mudança de mentalidades poderia ser uma ajuda para a saída da crise?

Sinto algum desgosto em ter de dizer estas palavras, mas se lá fora consideram que Lisboa e Portugal estão na moda, nós temos de ser os primeiros a querer valorizar a nossa cultura e a nossa tradição.

Quando iniciou o projeto estava à espera que conquistasse este sucesso em tão pouco tempo?

Não, mas trabalho muito. Sou muito dedicada, sempre fui. Enquanto figura pública e por ter tido durante tantos anos reconhecimento pelo meu trabalho, acho que agora é a minha vez de dar a mão a uma geração que neste momento está um pouco perdida. Quero proporcionar-lhes novos objetivos, novas oportunidades e principalmente conseguir uma lufada de ar fresco no mercado nacional.