A paternidade bateu à porta de Diogo Amaral no dia 25 de setembro de 2014, às 11h11 horas e com 3,015 kg. Chama-se Mateus e é alegria do papá e da mamã, Vera Kolodzig. “Muda tudo de um segundo para o outro. Do ponto de vista pessoal eu sempre quis ser pai, mas tu não tens noção do que é que vai acontecer. Parece que só te cai a ficha quando tens o bebé nos braços”, revela com um brilho nos olhos.

Diogo confessou-nos que com este novo papel na sua vida passou a ter medo. Medo de perder o crescimento do seu menino. E como cautela e caldos de galinha nunca fizeram mal a ninguém, o ator passou a ser mais cuidadoso. “Eu passei a ter medo de andar de avião, porque quero acompanhar o crescimento do meu filho e não quero morrer. Há uma série de preocupações no meu dia a dia que eu não tinha”, sublinha. E a preocupação é tanta que acaba também por aplicar ao menino de dois anos. “Se eu pudesse almofadava-o”, ilustra.

O ator garante-nos que Mateus sai tanto ao pai, como à mãe. Acreditamos, até porque o amor dá para toda a gente.

'Breaking Bad': Um pai que vai muito além da ficção

Com a chegada do pequeno Mateus, apareceram igualmente novas ideias, inspirações, experiências. E tudo se torna melhor quando é partilhado. Por isso, Diogo arregaçou as mangas na hora de mergulhar num novo projeto, como o tinha feito com a paternidade: a criação de um espaço digital dedicado a todos os pais babados deste país.

O entrevistado garante que o objetivo da sua criação foi “dissecar um pouco esta coisa do que é ser pai”. Afinal, há tanta coisa para descobrir. E lembra-se do velho ditado que diz que os homens são todos iguais? Pois, parece que o mesmo se aplica aos pais. “Tem havido bastantes pais, o que me tem surpreendido bastante. As pessoas revêem-se muito, com a diferença de pequenos pormenores. Identificamo-nos uns com os outros”, garante.

A sociedade já não encara a paternidade como antigamente. Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades, e por isso, na visão de Diogo já lá vai o tempo em que o trabalho ficava todo para a mãe. “Existe muito ainda infelizmente, e antigamente também deveria haver exceções. Mas era muito mais instituído, a sociedade estava assim, o homem trabalhava mais, a mulher ficava em casa e agora não pode ser assim, a paternidade tem de ser um trabalho de equipa, tudo o que fugir a isso é uma injustiça”, ressalva.

Nesta perspetiva, Diogo não tem grande receio em confessar que não teve a mesma relação com o pai do que a que tem com o seu filho. É diferente. “Não me lembro de ter dois anos e de estar com o meu pai. E também não sei como é que vai ser a minha relação com o Mateus quando ele tiver 34 anos. Como é óbvio os tempos eram outros. O meu pai estudava medicina, tenho a certeza de que deve ter mudado três fraldas na vida e eu já mudei 3.780 [risos]. Eu faço tudo e não sou nada de especial por isso. É normal, é só normal”, reitera.

A divisão de tarefas entre o casal é imprescindível. Aliás, na visão do ator o “contrário é uma coisa retrógrada, datada, que não faz sentido”. “Da outra vez um amigo meu estava-me a dizer: ‘Um gajo é pai e ficas um careta’. E eu disse: ‘Um careta?’. Eu nunca fui tão radical na minha vida. Ser radical é ser pai, porque tu começas logo às 08h00 da manhã a ouvir música e a fazer 30 por uma linha. Acho que nunca fui tão cool na vida. Ser pai é um desporto super radical”, conclui.

Pai, pai, romance à parte

Mateus ocupa uma grande parte da rotina de Vera e Diogo. E não é para menos. As crianças requerem uma enorme dedicação e até mesmo sacrifício. Mas é igualmente importante os pais terem tempo para si enquanto casal, para se amarem. O equilíbrio é a palavra-chave. “Tem de haver tempo para tudo, tem de haver um equilíbrio. Tens de descobrir esse equilíbrio contigo e o que é importante. É muito importante deixar o Mateus com a avó para ir jantar fora”, refere Diogo a título de exemplo.

Em agosto do ano passado, o casal deu o nó durante uma enorme aventura da ‘família amarela’ pelos Estados Unidos. Quando chegaram a Las Vegas, lá se renderam ao amor… e claro, a Elvis Presley. “Existe aquele ‘livrinho’ que diz as coisas incríveis que tens de fazer antes de morrer. Casar em Las Vegas está lá. Ainda por cima eu e a Vera temos um bocadinho do ‘mata e do esfola’ e gostamos de fazer estas coisas”, confessa.

“É verdade que um casamento muda um homem?”, questionamos. A resposta surgiu pensada. “Não concordo muito com o casamento da igreja, com a aliança, com o juramento que é feito. Acho que é mentira, não posso jurar o ‘amar-te e respeitar-te na saúde e na doença, na alegria e na tristeza até que a morte nos separe’. Eu não posso jurar isso. Posso jurar que vai ser infinito enquanto dure. Não conseguia ver a coisa de outra maneira, porque na verdade é uma festa e é brincar com o protocolo. Agora, a ideia da festa para dizer a toda a gente que eu amo esta mulher, acho espetacular”, completa.

Amor, família, trabalho. Diogo Amaral vive à volta desta trilogia quase perfeita. Quase, dizemos, porque se perfeito fosse não teria tanta graça.