"Ser primeira-dama foi a maior honra da minha vida, espero que estejam orgulhosos de mim", disse com voz embargada a primeira "First Lady" afro-americana da história dos Estados Unidos.

Duas semanas antes da posse do republicano Donald Trump, a mulher de Barack Obama apelou a que os americanos se mantivessem ativos na preservação e proteção dos seus direitos.

"A todos os jovens que me estão a ouvir, saibam que este país é vosso, qualquer que seja a vossa origem e o vosso passado", declarou Michelle, filha de operários que se licenciou em  Princeton e Harvard, duas das universidades mais prestígiadas dos Estados Unidos.

"Os os vossos pais são imigrantes, tenham em conta que isto faz parte de uma tradição da qual os Estados Unidos se orgulham (...). Saibam também que a diversidade religiosa é uma grande tradição americana, sejam muçulmanos, cristãos, judeus, hindus ou sikhs", declarou a primeira-dama.

"É a nossa magnífica diversidade que faz de nós o que somos atualmente", disse Michelle, de 52 anos, acrescentando que pensa em prosseguir com o trabalho que tem desenvolvido na área da educação feminina, nos Estados Unidos e nas restantes partes do mundo.

"Não tenham medo! Ouçam-me! Não tenham medo, mantenham o foco, a determinação, sejam fortes. É a minha última mensagem para vocês como primeira-dama, jovens americanos. É uma mensagem simples".

Em meados de outubro, em plena campanha eleitoral, Michelle denunciou a atitude "espantosa" do então candidato Donald Trump em relação às mulheres, dizendo-se assustada.

"Não é normal. Não é justo este jogo político. Isto é vergonhoso, intolerável", declarou Michelle ao recordar este episódio da campanha: "Os comentários pouco elegantes sobre os nossos corpos, a falta de respeito relativamente às nossas ambições e à nossa inteligência".

Michelle também fez uma campanha contra a obesidade, ajudou famílias de ex-combatentes e ao longo dos últimos anos tem citado com frequência e mais diretamente as desigualdades da sociedade americana e as questões raciais.

Apesar da sua alta popularidade, Michelle afirma que não se vai aventurar na política.

"Michelle jamais será candidata", afirmou Obama há poucas semanas. "Tem uma cumplicidade incrível com os americanos, mas é muito sensível para se lançar na política".