Estreou-se com a personagem Mónica na novela “Nunca Digas Adeus”, na TVI. Que balanço faz deste percurso?
Já lá vão 11 anos e 10 novelas (Nunca Digas Adeus, Amanhecer, Baia das Mulheres, Morangos com Açúcar, Deixa-me Amar, Tu e Eu, Olhos nos Olhos, Sentimentos, Sedução, Inspector Max)… O balanço é, sem dúvida positivo , cresci com a TVI. Passei de menina a mulher e depois a mãe. Trabalhei muito, já sofri, já fui muito feliz, enfim, já passei por diversas situações a nível profissional, mas que me fizeram crescer muito enquanto pessoa.

Acabámos de vê-la em “Sedução”, no papel de Raquel. Chegou a afirmar que não era uma personagem fácil. As cenas íntimas ainda lhe causam grandes embaraços?
Esta personagem não foi a que mais gostei de representar por isso mesmo foi um grande desafio. As cenas íntimas foram assustadoras no início, mas depois de começar a representar com o João Perry tudo se tornou mais fácil, gostei muito de trabalhar com ele, foi um verdadeiro cavalheiro.

Vai protagonizar a nova novela de Tozé Martinho, “Destino”, no papel de Violeta. É mais confortável para si esta personagem?
Vou fazer a novela do Tozé Martinho, é verdade, e estou ansiosa... confio plenamente no trabalho dele e sei que vou ter um papel apaixonante. Em relação à personagem não posso adiantar nada, só que começo a gravar em janeiro.

No cinema participou em Julgamento de Leonel Vieira e na co-produção internacional Debaixo da Cama, de Bruno Niel. Adorou fazer cinema?
Adorei fazer cinema, e, por mim, fazia mais, mas ainda não surgiram oportunidades. Gostei muito das poucas experiências que tive e foi uma emoção ver-me no cinema.

O teatro tem estado menos presente na sua carreira profissional. Tem vontade de se testar numa grande peça?
Tenho muita vontade mas com uma filha de cinco anos não é possível. Tenho de esperar mais um bocado porque ela precisa muito de mim quando vem da escola até adormecer. Na vida temos de fazer escolhas e estabelecer prioridades.

É licenciada em Comunicação Empresarial. Qual foi a sua motivação para fazer um curso nesta área?
Eu queria seguir jornalismo quando entrei neste curso para ser pivot de informação, mas a minha vida deu uma grande volta e no segundo ano da faculdade entrei por acaso na representação e não parei mais até agora. Acabei o curso a representar ao mesmo tempo.

No início estava muito preocupada com o seu acento de Cascais. Acha que já conseguiu corrigir a sua entoação?
Não estou preocupada com a minha maneira de falar à “beta”, mas quando represento tenho que ter cuidado. No entanto, já houve personagens que deu perfeitamente para exagerar a minha forma de falar.

A maternidade há cinco anos mudou-a como pessoa?
Completamente. A mudança é radical mas para muito melhor. Eu já ganhei o euro milhões com a minha filhota é mesmo assim… sinto-me milionária!

A sua filha Luz alterou as suas prioridades?
Alterou mas de forma natural, tudo o que faço pela Luz é sem esforço, faço e pronto! Mas o amor é assim mesmo. A minha prioridade é ela e o seu bem-estar, mas não sou escrava da minha filha até porque não seria saudável, não deixei de ser mulher e profissional, apenas organizo a minha vida de outra forma. Amo a vida que tenho mas luto todos os dias para ser uma pessoa melhor e aprender cada vez mais.

Como é um dia perfeito com a sua filha?
Estar com ela de qualquer maneira para mim é perfeito, é uma companheira fabulosa... adoro rir com ela, não há nada melhor na vida.

Continua com muita vontade de ter mais filhos?
Gostava de ter mais filhos, sempre disse isso.

Qual foi o momento alto da sua carreira?
Tive vários bons momentos. Ainda tenho muito para aprender e ainda vou ter o momento alto da minha carreira.

Foi o seu gosto por escrever diários desde criança que a levou a editar Escrito nas Estrelas?
Foi por aí que começou a ideia de escrever um livro, depois aventurei-me num romance e deixei de lado os diários (serviram como complemento apenas). Já estou a escrever o segundo romance mas só deve estar pronto no próximo verão.

Apesar das contrariedades, a vida tem sido fácil de levar?
A minha vida muito pouca gente sabe… mas o que posso dizer é que, apesar de tudo, sou uma mulher muito feliz, nada ressabiada, não gosto de pessoas cinzentas e vou fazer sempre de tudo para não ser, apesar das contrariedades.

Continua a sentir que a sua força está no seu sorriso?
A minha força é o meu sorriso! Quando deixar de sorrir não sou eu, é porque deixei de acreditar…

Qual é o seu maior sonho?
Ter saúde para ver a minha filha crescer com saúde e ter dinheiro suficiente para não ter que pensar nele.

O que a deixa de rastos?
Desiludirem-me... a falta de caráter e a falta de coerência deixam-me doente.

O que é que um homem tem de ter para a encantar?
Um sorriso sincero, generosidade, e que me faça rir muito…

Descreva um momento romântico.
Guardo-os para mim… O que posso dizer é que sou uma romântica mesmo não parecendo.

Com quem aprendeu mais?
Com o meu pai e com o meu irmão mais velho, Luís, e com umas estrelinhas que me foram aparecendo ao longo da vida e elas sabem quem são.

O livro mais marcante da sua vida?
As pontes de Madison County.    

Texto: Palmira Correia