O ator norte-americano Bill Cosby fica em liberdade a aguardar julgamento após ter hoje pago 10% da sua fiança de um milhão de dólares, fixada por um tribunal na sequência de uma acusação de abuso sexual.

Cosby compareceu brevemente perante um tribunal de Elkins Park, um subúrbio de Filadélfia, horas depois de o Ministério Público ter formulado contra si uma acusação de "atentado ao pudor agravado".

Bill Cosby, de 78 anos e contra o qual havia sido hoje emitida uma ordem de detenção, entregou o passaporte e pagou 10% da sua fiança para poder continuar em liberdade, tendo o juiz marcado uma audiência preliminar para 14 de janeiro.

O ator compareceu a tribunal após o procurador do condado de Montgomery formular acusações contra ele relativas a Andrea Constand, ex-funcionária da Temple University, na Pensilvânia, que acusa Cosby de a ter drogado e violado na mansão do ator em Filadélfia.

A pena pelos atos de que é acusado - e que, segundo Andrea Constand, uma canadiana agora com 42 anos, tiveram lugar no início de 2004 - pode ir até aos dez anos de prisão.

A estrela de Hollywood enfrenta pela primeira vez os tribunais por abuso sexual, crime de que foi acusado ao longo dos anos por cerca de 50 mulheres, o que lesou a sua imagem pública.

A acusação formal no caso de Andrea Constand teve lugar poucos dias antes do fim dos 12 anos que, de acordo com a lei da Pensilvânia, constituem o prazo legal para a prescrição de um crime de delito sexual.

O Ministério Público agiu depois de, a 14 de dezembro, Bill Cosby ter acusado de difamação sete das 50 mulheres que se dizem vítimas de abuso sexual e que, segundo os advogados do protagonista de "The Cosby Show", estão a mentir com o objetivo de lesar a sua reputação e obter benefícios pecuniários.