Cantor morreu em junho de 2011, na sequência de um acidente de viação, no Porto (Foto de arquivo/LUSA)

Fonte judicial disse hoje à agência Lusa que a primeira sessão terá lugar no dia 6 de março e vai começar com o depoimento da mãe de Angélico, que será ouvida através de videoconferência.

Na mesma sessão, serão ainda ouvidos o dono do stand Impocar, de onde saiu o automóvel ao volante do qual o cantor se despistou, e dois peritos da Polícia Judiciária.

Além da mãe de Angélico, a ação cível, que deu entrada em 2013 na Comarca de Aveiro, envolve o Fundo de Garantia Automóvel (FGA) e o stand Impocar.

O anterior proprietário do automóvel também chegou a estar entre os réus, mas o juiz decidiu absolvê-lo da instância, porque o mesmo já não era proprietário da viatura, quando ocorreu o acidente.

Na ação, os pais de Hélio Filipe (o amigo de Angélico) alegam que o filho morreu devido "à extrema violência" do embate do veículo que o cantor conduzia e à velocidade em que seguia.

Mãe de Angélico atribui culpa ao dono do stand

Já a mãe do cantor diz que o acidente ficou a dever-se ao "mau estado" dos pneus da viatura conduzida por Angélico, que apresentavam "um sulco na banda de rodagem inferior a 1,6 milímetros o que comprometia seriamente a fiabilidade e a segurança do veículo".

Opinião diferente tem o proprietário do stand Impocar, para quem o mau estado dos pneus "não são a causa do acidente mas antes o resultado dele".

O FGA, por seu lado, defende que o comportamento de Hélio Filipe contribuiu para a sua morte, considerando "manifestamente exagerada" a indemnização pedida em tribunal.

Além desta ação, já deram entrada, no mesmo tribunal, mais duas ações contra os pais de Angélico, interpostas por Armanda Leite (a jovem que sobreviveu ao acidente) e pelo Centro Hospitalar do Porto.

A indemnização mais elevada é precisamente a pedida por Armanda Leite que está a reclamar 5,7 milhões de euros aos pais do cantor.

Angélico Vieira morreu no Hospital de Santo António, no Porto, dias após o acidente que ocorreu na A1, em Estarreja, pelas 03:15 do dia 25 de junho de 2011, provocando também a morte do passageiro Hélio Filipe e ferimentos nos ocupantes Armanda Leite e Hugo Pinto.

As autoridades concluíram que a viatura se despistou na sequência do rebentamento de um pneu, na altura em que o veículo seguia a uma velocidade entre 206,81 e 237,30 quilómetros horários e realçam que Angélico, assim como o outro passageiro da frente, seguiam com cinto de segurança.