A Associação SORRIR tem como missão promover e salientar a importância de sorrir para a saúde, não pela ausência de doença, mas enquanto bem-estar físico, mental e emocional.

O movimento O MAIOR SORRISO DO MUNDO nasce em 2013 para reforçar esta mensagem e representa alegria, amor, saúde e bem-estar.

Figuras públicas e empreendedores aderiram à causa e partilharam os seus testemunhos. Conheça a história de Zé Pedro.

O quê é que o faz sorrir?

Zé Pedro: A vida faz-me sorrir.

O que o faz sorrir é o mesmo que o faz feliz?

Zé Pedro: O ser feliz e o sorrir está muito ligado. Eu sorrio habitualmente por toda a vida que levo e que tenho e sou muito feliz como pessoa.

Qual é que foi a maior adversidade que já teve na tua vida?

Zé Pedro: A morte da minha mãe foi muito complicada, não estava à espera, era muito novo e custou-me bastante. As mortes deixam sempre uma mágoa. A minha mãe sofreu muito, morreu de cancro. Foi muito pesado estarmos a assistir à agonia dela e a luta para se agarrar à vida e tudo o que está implícito em mortes provocadas por doenças prolongadas.

Como é que ultrapassou isso?

Zé Pedro: Ultrapassa-se andando para a frente, sorrindo, que é muito importante e levar uma vida positiva. Temos de encarar a morte como algo certo que todos temos. Têm de ser encaradas com uma saudade, uma dor que fica instalada e com a qual temos de aprender a lidar. Não se pode cair numa tentação melancólica de nos deixarmos ir abaixo.

E como é que lidou com as situações por que já passou, de problemas relacionados com a sua saúde?

Zé Pedro: Quem está a sofrer um problema de saúde não sofre tanto como as pessoas que o rodeiam, têm sempre uma noção de controlo maior do que se está a passar. Comigo foi assim. Tive já várias situações complicadas na vida e sempre as enfrentei de uma forma muito optimista, que as pessoas até ficaram surpreendidas à minha volta como é que isso era possível mesmo estando tão mal. Eu acho que o optimismo melhora a saúde. Se uma pessoa for positiva e optimista ajuda muito na recuperação.

Quando estava com esses problemas de saúde, nunca pensou “eu posso morrer”?

Zé Pedro: Eu não tenho um terror excessivo da morte. E nunca pensei que ia morrer. (risos)

Ou seja, mesmo com o pior diagnóstico, acreditava na recuperação?

Zé Pedro: Em 2001 estive muito mal, o diagnóstico clínico era muito desfavorável. Rebentaram umas veias no esófago, tive uma hemorragia interna enorme, perdi 3litros de sangue, as veias não fechavam e foi muito complicado, mas eu era o único que acreditava que ia sobreviver. A nível psicológico foi a viragem da minha vida, tinha uma fé muito grande relativamente à minha sobrevivência. E enfrentei a situação calmamente.

A comunidade médica tinha a opinião de que o Zé não ia sobreviver e ficou tranquilo na mesma?

Zé Pedro: Avisaram a família de que a situação era complicada e que provavelmente ia morrer. Eu disse que o pior já tinha passado (risos)

Acha que é essa atitude positiva que o fez chegar onde está hoje?

Zé Pedro: Eu tenho a certeza que sim. A atitude que cada um de nós tem perante a vida, que é diferente para todos, é o que nos permite chegar o mais longe possível. O facto de eu ser feliz, de gostar muito de viver, ajudou-me muito psicologicamente. Isso tudo me ajudou a enfrentar o que de negativo surgiu na minha vida.