A Associação SORRIR tem como missão promover e salientar a importância de sorrir para a saúde, não pela ausência de doença, mas enquanto bem-estar físico, mental e emocional.

O movimento O MAIOR SORRISO DO MUNDO nasce em 2013 para reforçar esta mensagem e representa alegria, amor, saúde e bem-estar.

Figuras públicas e empreendedores aderiram à causa e partilharam os seus testemunhos. Conheça a história de Vasco Palmeirim.

Como é que lida com o sorriso na sua profissão?

Vasco Palmeirim: O sorriso para nós é fundamental. Aqui na Rádio Comercial, como meros mortais que somos, às vezes também temos dias maus, mas 95% das vezes entramos aqui e há um sorriso logo no primeiro “bom dia” em que entramos no estúdio e depois tentamos pôr um sorriso logo às 7h da manhã nas pessoas. É uma tarefa que muito prezamos e gostamos. Quando sentimos que é uma tarefa conseguida e alguém que está a atravessar uma fase muito complicada chega ao pé de nós e diz : “graças a vocês consegui ter um sorriso, não sabem o bem que fazem e a importância que têm na minha vida”, essas são pequenas grandes coisas que nos fazem também sorrir. É o estado mais puro das pessoas. Quando me perguntavam o que é que eu gostava de ser quando fosse grande, eu tinha sempre o sonho de que queria ser jogador do Sporting e ainda desejo ser um dia [o que não vai acontecer! (risos)], mas a determinada altura, comecei a perceber que as pessoas riam-se das minhas palhaçadas e o simples esboçar de um sorriso ou o som da gargalhada faziam-me muito feliz. E eu pensei: quero fazer disto a minha vida!

A Rádio Comercial é a radio mais ouvida. Vocês reuniram uma equipa que faz sorrir e rir. É esse o segredo?

Vasco Palmeirim: Acima de tudo acho que somos uma equipa que se dá muito bem. As pessoas dizem-nos muito que “parece que estão a ouvir uma conversa de café entre amigos”. E as pessoas fazem parte dessa conversa mesmo não nos vendo. Queremos cada vez mais pessoas nesta conversa! Não é segredo, não há fórmula secreta para o sucesso, somos nós próprios.

As músicas que tem feito têm tido muito sucesso no youtube.

Vasco Palmeirim: Isso de vez em quando assusta um bocadinho, porque penso, “uma coisa que saiu da minha caneta num papel, com uma ideia”, de repente vês que 20 000 pessoas partilharam o vídeo. Tem sido muito bom para mim e para a Rádio Comercial., tem sido um conteúdo viral e isso também assusta porque acham que se consegue fazer músicas sobre tudo. Há um tempo recebi um e-mail a pedir para fazer uma cancão sobre as bibliotecárias. (risos)

O que é que o faz sorrir?

Vasco Palmeirim: Eu sou uma pessoa muito lamechas, sorrio com actos de bondade, sorrio com coisas tão simples como ver um pai a brincar com um filho. Sorrio com comédia. Quando vejo felicidade, isso causa-me a mim felicidade. Ver um gesto de simpatia, nem que seja uma pessoa levantar-se no metro para ceder um lugar, isso faz-me sorrir.

Qual é que foi a maior adversidade pela qual já passou?

Vasco Palmeirim:  Foi perder um grande amigo quando tinha 15 anos. Foi complicado. Morreu num acidente de mota. Tinha passado o dia todo com ele. Foi no primeiro dia da nossa campanha para a Lista K da associação de estudantes do Liceu D. Filipa de Lencastre, passámos o dia todo a colar cartazes. Despedi-me do Gonçalo como num dia normal e não houve um “amanhã”. Foi um choque aos 15 anos. Se tivesse 10 anos não me apercebia tão bem, aos 20 já tens maturidade suficiente. Aos 15 sei o que aconteceu e foi muito difícil de lidar. Curioso, a irmã gémea do meu amigo Gonçalo, que ia na mota com ele, foi ela que nos ajudou a nós. Quando devíamos ser nós, amigos, a tentar ajudá-la, foi ela que com um sorriso tentou levantar a moral. Isto foi em 1995 e só em 2013 é que voltei a falar disso na rádio a entrevistar a Rita Ferro Rodrigues que tinha perdido o avô e quis mesmo depois da morte do avô “continuar a dar-se com ele” e eu perguntei-lhe como é que isso se fazia, porque em 1995 perdi o meu melhor amigo e ainda hoje não sei como é que hei-de lidar com isso. E a irmã dele ouviu, mandou-me uma mensagem e pela primeira vez tive uma conversa com ela, e muitos anos depois, já com uma maturidade suficiente conseguimos falar abertamente sobre o Gonçalo com um sorriso.