Esta foi a 15ª visita de Anshuman Vohra a Portugal, um país que conhece relativamente bem. No final de uma tarde chuvosa, onde o Bulldog foi ingrediente dos mais variados cocktails, o júri elegeu Paulo Gomes, de Lisboa, como o mais talentoso bartender português. O gin é inspirado em Winston Churchill, cuja alcunha era precisamente ‘Bulldog’, e evoca o espírito independente e icónico do antigo primeiro-ministro britânico. Bulldog é produzido a partir de uma mistura de 12 botânicos provenientes de oito países, estando atualmente presente em 25 países. Em Portugal é representado pela Empor Spirits.

Há quanto tempo está a Bulldog em Portugal?

Há três anos.

E como tem corrido as vendas da marca?

Estou muito contente. Este ano somos o gin premium mais vendido em Portugal. Passar de zero a número um em apenas três anos deixa-me muito feliz.

Esteve a acompanhar este concurso de jovens baristas. O que pensa do resultado final?

Na verdade, este concurso não tinha idade limite. Não interessava se eram jovens, velhos, homens e mulheres. Só queríamos barristas apaixonados pelo seu trabalho, com espírito para fazer boas bebidas. Encontrámos pessoas muito talentosas, com sete finalistas. Um deles vai visitar-nos em Nova Iorque em novembro do próximo ano. Muito impressionante. Acho que existe um nível muito alto de mixologia em Portugal.

Sabe com certeza que o gin é uma das bebidas preferidas em Portugal...

Estou bem consciente disso, acredite! Vendo Bulldog para Portugal todos os meses.

É algo que está a acontecer em todo o mundo ou é só cá?

Espanha, Portugal, Europa - Bélgica, Dinamarca, Grécia, Itália… É um fenómeno que está a crescer, começou em Espanha e está a ser muito bom vê-lo crescer.

Sei que desistiu de um trabalho nas altas finanças para criar a Bulldog. Deixou um emprego bem pago por um negócio arriscado e lançou a sua própria marca. Pode contar-nos a história?

Claro. Trabalhava num Banco de Investimento. Mudei para os Estados Unidos em 1992 a seguir à Universidade. Queira ser tenista profissional mas não consegui. Comecei a trabalhar no ano 2000 em fusões e aquisições e foi ótimo, aprendi muito sobre tendências, finanças, o que as pessoas pensam das empresas, como se valoriza um negócio, como se tomam decisões. Mas a melhor parte do trabalho foi conhecer empreendedores com ideias inovadoras, criativos. Era fantástico. Para mim, o sonho americano era ter a minha própria empresa. Apesar de ter sido ótimo, acabei por perder a paixão pelas altas finanças. Eu bebia gin há muitos anos, o meu pai ensinou-me a beber. Pensei que era a minha oportunidade: criar um gin moderno, com estilo, de maior qualidade, que soubesse melhor e posição premium. Um gin que estivesse em todos os bares do mundo, o ‘Jack Daniels dos gin’: era essa a minha visão. Foi arriscado, sem dúvida, mas eu sou o tipo de pessoa que se daqui a vinte anos olhasse para trás e me perguntasse por que é que não tinha feito isto, era um risco ainda maior.

Disse que o seu pai o ensinou a beber gin?

Sim. Quando eu tinha 16 anos, o meu pai disse: Filho, és um homem, vamos celebrar isso. Eu fiquei muito orgulhoso! Ele deu-me um whisky velho e fiquei mal disposto durante uma semana, achei horrível. Depois deu-me um gin tónico e eu achei que era a minha bebida.