Lourenço Ortigão está cada vez mais foodie. Além da plataforma Enjoy Cooking, um canal de receitas em vídeo, o ator e empresário passa horas no Villa Saboia, o restaurante que abriu no Estoril no final de 2016. Durante o período em que esteve a estudar em Los Angeles, nos EUA, também cozinhou muito, como revelou em entrevista ao Modern Life/SAPO Lifestyle, à margem de um workshop sobre alimentação de verão, em que participou pelo segundo ano consecutivo.

Cozinhar é cada vez mais uma paixão?

Eu sempre cozinhei mas, desde que tenho o restaurante, aprendi receitas novas. Agora, trabalho mesmo com cozinheiros. Avalio-os também. Vejo como é que eles trabalham. Partilho receitas e técnicas com eles. Estou um bocadinho mais dentro do que é a cozinha e a confeção.

Não estou propriamente a cozinhar mais. Cozinhei bastante quando estive nos EUA. Tinha lá a minha casa. Aqui, depende. Se estiver a trabalhar em estúdio, não cozinho tanto. Se estiver sozinho e se tiver mais tempo, cozinho mais.

O restaurante é um projeto relativamente novo, com pouco mais de seis meses. Como é que está a correr?

Bem. Muito, muito, bem. Tem sido uma surpresa. Estamos cada vez mais cheios. Temos muitos turistas. 80% das pessoas que vão lá nem sequer sabem que o restaurante é meu. Isso deixa-me feliz porque sei que as pessoas não vão lá por minha causa. Vão lá pelo restaurante em si. Mesmo na minha ausência, o restaurante continuou cheio. Estou contente!

Há na ementa algum prato que tenha algum segredo e que tenha já sido levado por si e não pelos chefs com quem tem trabalhado?

Sim, alguns. Por exemplo, o tártaro de salmão que nós temos, que é da ementa de sushi, foi em grande parte modificado por mim e, para mim, é único.

E, no verão, tem algum cuidado especial no que se refere à alimentação?

Eu tenho cuidado o ano todo. Não como carne. Um dia, vou, eventualmente, voltar. Como não como carne, já tenho esse cuidado em termos de alimentação. No verão, é a mesma coisa. Não tenho cuidado especial nenhum.

Se houvesse uma segunda edição do programa de televisão «MasterChef Celebridades» e o convidassem, aceitaria?

Não. Já me convidaram para a primeira. Não é o meu objetivo. Apesar de gostar de cozinhar, são coisas diferentes. Por vários motivos! Eu gosto de programas em direto. Não gosto de gravar programas de entretenimento e o «MasterChef [Celebridades]» era gravado. Outra razão é porque temo que essa participação pode, de certo modo, influenciar a ideia das pessoas em relação ao meu restaurante e, na verdade, não tem nada a ver, porque eu não sou o cozinheiro do restaurante.

Por outro lado, como já tenho alguma experiência e trabalho um bocadinho dentro dessa área, uma vez que todos os dias lido com cozinha, poderia ser positivo em termos de experiência mas negativo por parte da imagem e da expetativa das pessoas. Quando faço esse tipo de programas, gosto de começar do zero.

Gosto de não ter nenhuma técnica na área em que me estou a expor. Gosto de aprender tudo no programa e, neste caso, não me apetecia nada ser aquele chico-esperto que vai lá e que já sabia alguma coisa. Podia parecer que estava a passar por cima [dos outros]…

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E em relação a novos projetos? Já está confirmado no elenco de uma nova telenovela da TVI, «A herdeira»…

Sim, já é público. Em televisão, vou fazer a telenovela. Tenho, eventualmente, um projeto de rádio agora. É uma coisa que tenho em mãos…

Também relacionado com gastronomia?

Não.

E é para que rádio? Já pode avançar essa informação?

Não, porque ainda está em fase de negociações. E, depois, tenho outros projetos pessoais em marcha, que só divulgarei mais tarde, porque antes de tempo não se deve falar nada. São negócios…

Texto: Luis Batista Gonçalves com Nuno Fontinha (fotografia)