As doenças cardiovasculares são a principal causa de morte das mulheres e foi a partir desta constatação que surgiu o Movimento Mulheres de Vermelho que pretende defender a prevenção e a adopção de um estilo de vida saudável para as mulheres.

Com inspiração nestes dados e numa campanha internacional, chamada “The Heart Truth” (a verdade sobre o coração), desenvolvida pelo National Heart Lung and Blood Institute (NHLBI) e a American Heart Association, a Peres&Partners convidou a Fundação Portuguesa de Cardiologia a desenvolver a iniciativa “Mulheres de Vermelho”, fazendo dela a sua ação de responsabilidade social. Todos os anos há cerca de 8,6 milhões de mulheres de todo o mundo que morrem devido a doenças coronárias e em 2006 apareceram as Mulheres de Vermelho. O movimento quer reforçar a mensagem da importância da prevenção das doenças cardiovasculares e integra mulheres de áreas como a economia e a cultura, passando pela moda e pela comunicação. Esta iniciativa pretende alertar as mulheres para as doenças do coração para além de informar sobre várias medidas de prevenção e os factores de risco. A mensagem é acompanhada da imagem do Vestido Vermelho, como símbolo de alerta para a mulher. O Movimento “Mulheres de Vermelho” foi alvo do Alto Patrocínio do Ministro da Saúde, Dr. António Correia de Campos, e da Presidência da República, na pessoa da Dr.ª Maria Cavaco Silva.

António Peres, Fundador do Movimento Mulheres de Vermelho respondeu em exclusivo a algumas questões:

Qual o principal objetivo da criação do movimento Mulheres de Vermelho?

Contrariamente ao que pensa a generalidade da opinião pública mundial, as doenças cardiovasculares são a principal causa de morte entre as mulheres, não é o cancro, nem é o AVC e o enfarte. Alertar para este flagelo é o primeiro dos objetivos do Movimento Mulheres de Vermelho. Alertar para prevenir, praticar estilos de vida saudáveis, fazer exercício físico, não fumar, ter uma alimentação equilibrada, controlar a tensão arterial, chamar a atenção para o médico de família, e como se não bastasse, uma mulher alertada é uma mãe duplamente prevenida, toda a família beneficia com a informação e a alteração dos hábitos de vida de toda a família.

Qual é para si a importância de ter caras conhecidas a apoiar o projeto? Acredita que lhe trará maior retorno junto do público-alvo?

A única forma de chegar a toda a sociedade em geral é criar mensagens de alerta que sejam transversais a toda a sociedade, esse é um trabalho de líderes de opinião, pois tem audiência e credibilidade, nomeadamente nos seus próprios públicos-alvo. A política de subscritores influentes é determinante, para além disso estamos a falar de mulheres que são reconhecidas a nível nacional pelo trabalho que desenvolvem, pela sua história, pelo exemplo de vida e pela capacidade de intervenção cívica.

Qual o principal feito já atingido com a associação?

O facto de contribuir para a diminuição do risco cardiovascular nomeadamente pelos alertas feitos com a Fundação Portuguesa de Cardiologia através das suas campanhas e rastreios, e obviamente através de todas as ações que desenvolvemos ao longo do ano através de eventos vários, alguns deles já verdadeiros clássicos, como o torneio de golf das MDV (sigla de Mulheres de Vermelho).

O maior ou maiores objetivos para 2013?

Continuar a apelar a colaboração das nossas mulheres, trabalhar com o grupo interministerial que há já mais de 2 anos preparou a candidatura da dieta mediterrânica a Património Imaterial da UNESCO. Esta candidatura foi uma iniciativa do movimento e da Fundação Portuguesa de Cardiologia, cujo presidente, o professor Carrageta tem sido um apoiante incondicional, uma figura incontornável deste Movimento e da prevenção cardiovascular em Portugal. Levaremos a dieta mediterrânica à Alimentária em abril, o mês de maio, mês do coração, será dedicado pela Fundação à Dieta Mediterrânica, onde a Câmara de Tavira (cidade candidata) irá desenvolver um conjunto de atividades mediáticas e de forte influência social como aliás todos no grupo de trabalho fazem com uma dedicação ímpar. O Movimento Mulheres de Vermelho e a Fundação Portuguesa de Cardiologia são o exemplo de contributo que é devido a sociedade civil neste grupo de trabalho, mas todos os outros membros, que pertencem e representam os vários Ministérios envolvidos, manifestam um espírito de sacrifício e de dedicação que honra os colaboradores públicos. Acho importante aqui deixar essa homenagem, a "carolice" público-privada daquela chamada comissão interministerial. Uma palavra final para Assunção Cristas, a Ministra da Agricultura que coordena a candidatura, em cuja casa reunimos e de cujo apoio beneficiamos, embora necessitemos de muito maior envolvimento de outras figuras do Governo. Do Dr Paulo Portas cuja influência diplomática e força política deverão ser evidenciadas no contexto das Nações que apoiarão este projeto nacional e do próprio Primeiro Ministro cuja palavra deverá ser mobilizadora das instituições públicas e privadas de que necessitamos para levar a bom porto este trabalho. Estaremos na Assembleia da República e aguardaremos que um dia destes o Presidente da República também nos receba em Belém. Finalmente, o contributo da Sapo, precisamos de todos os sapos que o Sapo nos ajude a encontrar. O Movimento Mulheres de Vermelho terá a sua primeira edição este ano no Brasil e no próximo em Espanha.

Estão previstas mais caras conhecidas para se juntarem ao movimento?

Gostaríamos de contar com a senhora Ministra da Agricultura e com a senhora Presidente da Assembleia da Republica e com a senhora procuradora geral da Republica, e de muitas outras mulheres de todos os sectores: artistas, empresárias, jornalistas, desportistas, seguindo a lógica de todos os anos. Temos o desafio do senhor Secretário de Estado da Saúde que nos lançou o repto de aceitar homens no Movimento Mulheres de Vermelho, o que não sendo evidente pode ser pertinente. E claro reforçar uma vez mais a importância do apoio da comunicação social…