A Associação SORRIR tem como missão promover e salientar a importância de sorrir para a saúde, não pela ausência de doença, mas enquanto bem-estar físico, mental e emocional.

O movimento O MAIOR SORRISO DO MUNDO nasce em 2013 para reforçar esta mensagem e representa alegria, amor, saúde e bem-estar.

Figuras públicas e empreendedores aderiram à causa e partilharam os seus testemunhos. Conheça a história de Miguel Júdice.

O que é que o faz sorrir?

Miguel Júdice: As pessoas de quem eu gosto, o trabalho, os amigos, a vida, um dia de sol, os prazeres que a vida tem.

O que o faz sorrir é o mesmo que o faz feliz?

Miguel Júdice: O que me faz sorrir são coisas mais pequenas. Sorrio com coisas do dia-a-dia. Gosto de rir, fazer rir. Eu sorrio centenas de vezes por dia. O que me faz feliz são coisas maiores, mas o sorriso também é uma parte do que me faz feliz.

Quais são as “coisas maiores”?

Miguel Júdice: Ter saúde, ter pessoas de quem gosto à minha volta, ter as mínimas possibilidades económicas, viver em paz, em segurança. No outro dia estava a falar com uma pessoa que me questionou porque não saía de Portugal. Eu pensei:” não há dinheiro no mundo que me pague ir-me embora do sítio onde prefiro estar, onde me sinto confortável e onde eu quero viver. Teria de abdicar de outras coisas, para mim não vale a pena mudar de país”. Eu dou muito valor ao que tenho, ao que vou conquistando e não tenho uma ambição desmedida de querer mais e mais e mais e há pessoas que deixam que o materialismo comande as suas vidas.

Como é que consegue gerir um grupo hoteleiro em Portugal e não ser ambicioso?

Miguel Júdice: A minha motivação não é ‘ter, é fazer’. Se o “ter” for o subproduto do “fazer”, óptimo. Eu não faço as coisas para ter alguma coisa. Faço o que me dá prazer. Isso explica que eu faça coisas que não me dão lucro. Ou que me dão um lucro inferior ao tempo que eu gasto nelas.

Por exemplo?

Miguel Júdice: Por exemplo, os restaurantes são negócios pequenos. Na área cultural tenho projectos que não me dão lucro, como por exemplo o Festival das Artes, não ganhamos dinheiro, mas é uma coisa que dá prazer. O problema é que as pessoas querem fazer só as coisas que têm resultado imediato ou resultado que se transforma em dinheiro. Posso tirar outros resultados que não esse, ver as pessoas felizes, ver que damos alguma coisa à sociedade, é uma coisa que me preenche e que me faz sorrir. Eu já fechei negócios que não estavam a funcionar e é preciso ter a coragem de os fechar e isso não me desmotiva. Tenho a noção de que nem tudo o que faço, faço bem, seja por um erro meu ou pelas circunstâncias. Há coisas que não correm bem, mas é importante não deixar que os insucessos nos abatam.

Que ferramentas utilizou, existem pessoas que têm negócios e perante uma adversidade ficam sem eles, como é que ganha força, “pensa que aquele acabou e cria outro”?

Miguel Júdice: Eu tenho muitas ideias e coisas que quero fazer. Procuro oportunidades, outras vezes as oportunidades vêm ter comigo. Fecha-se uma porta e abre-se outra. Em tudo o que acontece nas nossas vidas, se não funcionou, não vamos ficar a bater na parede. A motivação é uma coisa minha, não me consigo desmotivar, não sou derrotista apesar de já ter sido derrotado. Também tem muito a ver com o facto de relativizar as coisas. Tenho um tecto onde vivo, consigo locomover-me, consigo jantar fora, consigo comprar roupa, consigo fazer muitas coisas que muitas pessoas não conseguem, o que é que me permite ficar triste por não ter uma casa de praia? Não estou a dizer que não gostava, mas há uma frase em que eu penso muito e uso como parte do meu DNA de vida que é “A vida pode ser triste, mas é sempre bela.” Nós temos momentos tristes. Acontecem-nos tragédias, perdemos pessoas que amamos, temos insucessos profissionais, temos doenças, falta dinheiro para alguma coisa, queremos fazer coisas que não conseguimos. Isto são momentos de tristeza, mas o facto de estarmos vivos faz com que a vida seja bela.