A cantora Mia Rose pisou pela primeira vez um palco de teatro esta quinta-feira, 5 de março, na estreia do musical “Godspell”, que estará em cena até ao próximo dia no Tivoli, em Lisboa. Horas antes, a artista, de 27 anos, revelou ao Sapo Lifestyle uma mão-cheia de segredos e ambições.

O “Godspell” é um espetáculo em que todos são protagonistas. Agrada-lhe este formato?

Muito! Vivemos os ensaios e iremos viver todos os espetáculos numa comunidade em que ninguém brilha mais do que o outro. Podemos usufruir da sabedoria de cada um, aprender com os nossos erros e, até, arriscar mais, por estarmos tão à vontade uns com os outros. Eu, como sou a mais inexperiente aqui, fui muito bem acolhida e estou muito feliz.

Esta é a primeira experiência da Mia Rose no teatro, num palco nacional. Isso assusta-a de alguma forma?

Não me assusta, porque acho que temos uma base muito sólida. Tinha um grande sonho, que era tocar no palco do Coliseu dos Recreios – e isso já fiz. Quando fiz o casting do “Godspell” no Teatro Tivoli, meu Deus… foi lindo! Fiquei espantada com a beleza daquela sala. Acho que qualquer pessoa que vier ver-nos, entre 5 e 15 de março, vai gostar muito do espetáculo.

Quando pensamos na Mia vemos uma menina sozinha em cima de um palco. Agora, está a trabalhar com uma vasta equipa. Como tem sido esta experiência?

A nossa encenadora e o nosso diretor musical são impecáveis e muito disciplinados, o que é uma coisa que adoro, porque gosto de ser muito empenhada no que estou a fazer. Para mim é mais fácil a parte da música. Depois, temos a representação e, por último, a dança, a que preciso de dedicar mais tempo, porque não tenho nenhuma experiência nessa área.

Teve aulas de dança à parte?

Não, também não sou assim tão má (risos). Mas como sou perfecionista, treino muito. Sou muito dedicada ao trabalho e como sei que este elenco tem ferramentas que eu não tenho, tenho de fazer um esforço extra.

Estar num espetáculo que fez tanto sucesso na Broadway dá-lhe vontade de regressar aos Estados Unidos para explorar a área dos musicais?

Claro que sim. Sou daquelas pessoas que abraça todos os projetos novos que existem. Nunca pensei fazer novela, e fiz. Nunca pensei entrar numa série nos Estados Unidos, e também entrei. Gosto de tentar todos os projetos diferentes. Se houver convites e eu sentir que me identifico com o projeto, claro que vou aceitar mas, até lá, gostava de ter mais sabedoria, porque tenho muito respeito por quem trabalha nesta área.

Ao mesmo tempo a Mia Rose está a preparar um novo álbum. Vai ser um 2015 muito puxado?

Puxado não! Estou desejosa por este 2015 há muito tempo. Quero um ano cheio de trabalho. Estou a fazer um álbum ao mesmo tempo e há tempo para tudo. Este projeto, aliás, tem-me ajudado na musicalidade do álbum. Ou seja, há ‘nuances’ que acho que tenho transmitido para a minha música que vêm do “Godspell”.

Como tem sido conciliar todos os projetos?

De manhã faço questão de reservar tempo para mim, para o Miguel (namorado) e para a minha família. Depois tenho ensaios até às sete da tarde e sigo para o estúdio. Às vezes, as gravações do álbum são no Porto e, portanto, não é fácil.

Em 2015 completam-se dez anos desde que a Mia saltou para a ribalta através do Youtube. Mudou muito nesta última década?

A única coisa que sinto que tenha mudado em mim foi a postura. Sinto que estou um bocadinho mais exposta em termos mediáticos, tenho miúdas muito novas que gostam de mim e que seguem o meu trabalho e gosto de lhes dar certos exemplos. Por exemplo, muitas vezes, depois dos concertos, estou cansadíssima e só me apetece descansar, ler e dormir. Porém, precisamente por ter esta exposição, tenho que ter uma postura diferente. Daí que, depois de um concerto, fique duas ou três horas a tirar fotografias e a retribuir o carinho que os meus fãs me dão.