Já viveu em cinco países e nos dois lados do Atlântico. Em Lisboa, é no Chiado que a atriz mais gosta de estar e foi precisamente lá que se encontrou com a Prevenir para uma conversa intimista. Pontual, como faz questão de sempre ser, a atriz camaleão, que já brilhou em papéis em televisão, no cinema e no teatro, chegou descontraída e com uma surpresa, Amélie. «É a cadelinha mais fofinha do mundo», afirma, rendida, Maria João Bastos. Veja a produção fotográfica que a atriz fez para a capa da revista.

Quem trouxe hoje consigo para a sessão fotográfica da Prevenir?

A Amélie, a minha princesa. É a minha grande companheira e a cadelinha mais fofinha do mundo. Ela anda sempre comigo e adora ser fotografada. Não gosta de andar de trela, mas está sempre ao meu lado. Gosta de liberdade, como a dona.

Essa liberdade esteve bem representada numa das suas últimas personagens, a Liliane Marise…

Sim. O facto de ter aceite esta personagem foi um grande ato de liberdade. Poderia existir o medo de ficar presa a ela, na forma como o público me via e muitos outros medos, mas não existiram porque pensei «Sou uma atriz, sou livre de fazer todo e qualquer tipo de personagem e é isso que eu quero para a minha carreira». Não vivo ligada a preconceitos. Essa liberdade tem-me permitido viver muitas experiências e personagens fantásticas.

De que é que se orgulha mais ao longo destes 20 anos de carreira?

De ter sempre acreditado em mim e de ter construído a minha carreira passo a passo, sem pressa de atingir os meus objectivos, que eram singrar na carreira de atriz e mostrar a minha versatilidade. Já fiz personagens tão diferentes, no caso de algumas até nem tinha a certeza se iria conseguir desempenhá-las, mas por isso mesmo aceitei fazê-las. Gosto de me colocar desafios constantes. Pôr-me à prova.

Tem algum hábito que tenha ficado desde o tempo em que viveu no Brasil?

Essa fase tem muita influência em mim, em vários aspetos. As aulas de yoga e de pilates que fiz diariamente durante quatro anos no Rio de Janeiro, com um professor fantástico, ficaram na minha vida até hoje. A forma como desperto para o dia, como cuido da minha alimentação e estabeleço horários... São pequenas filosofias que aprendi e que penso que vão permanecer comigo para sempre.

Mantém o contacto com os amigos que conheceu por lá?

Sim, ganhei uma família no Brasil. Volto lá todos os anos. Para além disso, tenho amigas com quem falo diariamente.

Hoje, a comunicação, através das redes sociais, também permite uma maior proximidade com o público.

Sim, permite uma partilha diária com o público, que acaba por conhecer um bocadinho mais sobre nós e ficar a par das novidades. Gosto de ler os comentários dos seguidores, pois é uma forma de obter feedback do meu trabalho. Mas também gosto que as pessoas venham ter comigo na rua e que falem sobre as minhas personagens, pois é sinal que o meu trabalho chegou até elas.

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Tem algum truque para manter a elegância ou é tudo fruto da genética?

Devo muito à genética mas, obviamente, tenho alguns cuidados. Faço desporto, duas a três vezes por semana, nomeadamente TRX, crossfit, pilates e alongamentos. Também faço caminhadas com a Amélie no Parque das Nações e, de há ano e meio para cá, comecei a ter algum cuidado com a alimentação. Reeduquei-me. Não só para manter a linha, mas também para me manter mais saudável e mais jovem durante mais tempo.

Nessa reeducação alimentar, excluiu algum alimento ou hábito alimentar?

Continuo a comer de tudo, mas reduzi as doses. Como menos fritos e menos doces. Não sigo uma corrente específica. Acho que devemos informar-nos sobre os diferentes conceitos que existem e adaptá-los à nossa maneira de ser e à nossa vida, para conseguirmos ser felizes. Recuso-me a ser escrava seja daquilo que for.

Texto: Catarina Caldeira Baguinho e Vanda Oliveira com Carlos Ramos (fotografia)