Tinha Arnold Schwarzenegger como o seu ídolo de adolescência, e por causa dele, o exercício físico passou a ter um papel fundamental na sua vida. Foi campeão mundial de Hip-Hop com o grupo "HEXA", fez teatro, participou em novelas, participou num reality show e muito mais. Mas se todas estas atividades contribuíram para o crescimento do Gustavo, outros caminhos foram percorridos e deram origem ao Gustavo Santos conhecido do grande público.

Apresentador do Querido Mudei a Casa, com o 7º livro acabado de publicar e conferencista, tem como objetivo inspirar os outros a realizar sonhos e objetivos concretizáveis. Afirma, "Realizo todos os meus sonhos"

Tem uma página no Facebook com imensos seguidores que diariamente leem as suas palavras, nesta página o Gustavo afirma "Sou um homem feliz! Aprendi que apenas dependia de mim para sê-lo e hoje acredito que todas as pessoas felizes têm o dever de inspirar os outros a sê-lo. É isso que faço todos os dias e é esse o objetivo desta página. Paz"

A tua infância teve um episódio que te deixou marcas, que foi a separação dos teus pais. Fala-nos dessa fase da tua vida.

Gustavo Santos: Os meus pais separaram-se quando tinha apenas dois meses. Na altura, naturalmente, não tive a mínima consciência de nada, mas há medida que os anos foram passando essa ausência de estrutura gerou um halo que só anos mais tarde, quando eu próprio atingi o estado adulto e me apercebi que o amor vai e vem e que todos nós passamos por momentos em que as nossas escolhas não são as melhores, veio a ser preenchido pela aceitação.

A tua adolescência foi vivida com a carência de uma figura masculina e parental, de que forma isso te marcou?

Gustavo Santos: Sim, esse aspeto talvez tenha sido o que mais me influenciou e convidou, após muita dor, a superar-me e a descobrir-me sozinho. Não vivia com o meu pai, nunca cheguei a conhecer um dos meus avôs e o outro faleceu quando ainda era muito novo. Digamos que essa ausência masculina me fez caminhar, sem orientação, durante muito tempo. É difícil quando queremos ser homens e não sabemos como. Mas consegui, e hoje sou muito grato pela minha vida ter corrido dessa forma, pois sou um homem muito mais forte por isso mesmo. Além disso, tenho uma relação fantástica com o meu pai.

Que mensagens queres deixar para os jovens que estão a viver de momento a separação dos pais?

Gustavo Santos: Acima de tudo que não vivam as dores deles e que sejam capazes de aceitar que tudo é cíclico e que se o relacionamento/casamento deles não está a fluir, o melhor é cada um seguir o seu caminho, pois não há nada pior para um filho que os pais se manterem juntos por causa dele. Mais cedo ou mais tarde será culpado por isso mesmo.

Sabemos que a tua vida tem sido feita de transformações até te tornares naquilo que és hoje. Fala-nos um pouco da viagem do "Gustavo Infeliz até encontrares o Gustavo Feliz que és hoje"

Gustavo Santos: A viagem é igual para todos. Somos todos confiantes quando nascemos, perdemos todos uma boa parte da confiança à medida que nos educam (pais, sociedade e religião) e depois temos todos uma vida pela frente para a recuperar. Não há pessoas felizes que não sejam confiantes. E assim, a minha descoberta passou, em poucas palavras, por me colocar em primeiro lugar na minha vida, por me ouvir, por respeitar o que sentia e o que queria para mim e por lutar muito, muito mesmo, por todos os meus sonhos. Uma vez confiante, feliz para sempre.

És uma pessoa determinada! Lutas pelos teus sonhos até esses se tornarem realidade, nem que para isso tenhas que "romper" com tudo e todos. Os teus pais sonhavam com um projeto de vida para ti e tu seguiste o que o a tua cabeça e o teu coração sentiam.

Gustavo Santos: Todos os pais têm um projeto de vida para os filhos. A grande maioria quer que os filhos sejam o que eles nunca conseguiram ser e outros seguem o tradicional, o que é suposto ou parece bem. Poucos pais se dedicam a perceber o que é que, verdadeiramente, os filhos querem. Ainda estão muito amarrados às dificuldades que passaram com os pais deles. Enfim, fazem o melhor que sabem. Mas sim, sou um homem absolutamente determinado e um guerreiro no que toca a lutar pelos meus sonhos. E rompo, rompo mesmo com quem defende a estagnação ou vive petrificado no medo.

Que homem eras hoje se seguisses a vontade da tua família? E que homem és?

Gustavo Santos: Por muito bem intencionados que eles fossem, e eram, os meus pais amam-me, seria um homem infeliz. É óbvio, mas a culpa nunca seria deles. Seria sempre minha por permitir que fizessem da minha vida o que eles queriam e não o que eu sentia ser o melhor. Sou um homem feliz e responsável, que equilibro muito bem a disciplina que me imponho com a paixão e o prazer que preciso.

Através da tua escrita, pretendes tocar as pessoas, e levá-las a questionarem-se e a tornarem-se mais emocionais. Fala-nos desse caminho que tens percorrido e que tens levado os teus leitores a percorrerem.

Gustavo Santos: Não é através da escrita, é através das minhas ações onde está incluído, também, o que escrevo. As pessoas têm de saber tudo acerca delas e precisam encontrar meios para se materializarem em amor. A minha premissa é muito simples: o caminho é o amor e se mais pessoas souberem do seu inesgotável poder pessoal, melhor será o mundo onde todos vivemos. Assim sendo, há que contribuir para isso e estou absolutamente satisfeito com o que tenho feito até aqui.

Para ti pensar e sonhar é algo completamente distinto. Fala-nos dessas diferenças.

Gustavo Santos -Podemos pensar que queremos muito uma coisa, mas se não nos mexermos ela nunca vai aparecer, ou seja, pensar não chega; ao invés, o sonho, talvez por" comandar a vida" e por estar intimamente ligado ao que nos apaixona, tem o poder de nos fazer agir e conectar com o divino que há em nós. Quem vive não são os pensadores, são os sonhadores.