“A moda deve estar ao nosso serviço e não o contrário”, defende a ex-deputada Marta Rebelo nesta conversa com o SapoMulher. E dá um conselho a todas as interessadas: “Deixem o seu próprio estilo sair, deixem de ser conservadoras!”.

Onde vai buscar a inspiração para estar sempre tão feminina e original?

Acho que tenho um estilo muito próprio. Confesso que não o sei definir muito bem. Visto o que gosto. Visto-me nas lojas onde toda a gente se veste. Visto peças de criadores, de lojas para massas, sigo as tendências ou uso coisas que não o são mas de que, simplesmente, gosto.

É esse o truque?

O truque é esse. É vestirmo-nos como gostamos e dentro das nossas possibilidades. Ou seja, termos umas peças boas, outras de lojas mais para massas e fazer essa combinação. Não sou nada “fashion victim”, sou talvez uma “fashion observer”.

Hoje vem vestida dessa forma? Com uma mistura?

Hoje, por exemplo, venho com botins Stradivarius, calções da Lena Aires, blusa da H&M e uma clutch Cavali. Estes shorts da Lena Aires julgo que os tenho há uns 15 anos, já são vintage (risos) e a clutch há uns dois anos. Só a blusa e os botins é que são desta coleção.

A Marta tem também um corte de cabelo muito característico. Acha que já impôs um estilo próprio também a esse nível?

Não sei (risos), não sou a pessoa adequada para responder a essa pergunta.

Mas as pessoas comentam com certeza a sua nova imagem?

Olham muito, sim. A mulher portuguesa tem muito o paradigma do cabelo comprido. Usei o cabelo comprido durante muitos anos e um dia deu-me uma travadinha e, pronto, cortei. Agora ele demora a crescer, portanto, mesmo que quisesse muito voltar ao padrão, não conseguia. Mas já me habituei a este corte.

E não se arrependeu?

Não. Já consegui ter três looks diferentes com o cabelo curto. Um primeiro à Mireille Mathieu, depois um muito marcado com cabelo preto, mas foi só uma experiência. Agora este vai ficar assim um bocado garçon/garçonete, mas acho que é este vai ficar com a minha cor natural de cabelo. Também fiz umas experiências com cores porque gosto de brincar. Digo com toda a verdade que não tenho com a moda uma relação muito estudada. Claro que sou vaidosa, claro que gosto de moda, de roupa, dessas coisas todas que todas as mulheres gostam. Mas não tenho uma relação de estudo. Essencialmente, acho que a moda está ao nosso serviço e não nós ao serviço da moda. Julgo que esta é a máxima que deve orientar o nosso guarda-roupa e as escolhas quotidianas de todas as mulheres. A moda serve para nos fazer sentir bem e não o contrário.

Já pensou em escrever um livro, fazer workshops, dar conselhos, uma vez que demonstra tanta sabedoria nesta área?

Não sou sábia (risos). É senso comum, a minha sensibilidade própria. Acho que todos temos o nosso estilo dentro de nós. Mas as mulheres portuguesas são muito conservadoras em tudo, em costumes e também no seu exterior. Portanto, padronizam-se muito. Acho que se cada uma de nós soltasse o estilo que tem dentro de si, seríamos todas muito mais diferentes. Quem sou eu para dar conselhos sobre moda, mas se tivesse que dar algum seria: “Deixem o seu próprio estilo sair, deixem de ser conservadoras!”.