É apresentadora e editora executiva do descontraído e bem disposto talk-show “Boa Tarde”, na SIC, desde setembro do ano passado. Em março, quando estreou o programa da Júlia Pinheiro, o Boa Tarde mudou de cenário e ganhou a rubrica Os Doutores, às segundas-feiras, uma mais-valia para o programa. “É um desafio e uma aprendizagem permanente e eu gosto de experimentar coisas diferentes”, desabafa a jornalista, casada com o realizador de cinema Carlos Coelho da Silva, ambos pais de Matilde e de Maria Luísa, com 15 e 11 anos.

Sente-se em casa com o Boa Tarde?

Completamente. Parte desta equipa veio comigo do “Nós Por Cá”, que começou há mais de dois anos, e houve uma adaptação de registo sobretudo de quem vinha da informação. Foi muito interessante assistir à troca de experiências entre quem chegou e quem já cá estava. Foi o afinar da máquina, coisa que, aliás, continuamos a fazer.

Quem a convidou para substituir Fátima Lopes nas tardes da SIC?

Fui abordada por Luís Marques e fui apoiada pelo diretor de informação da SIC, o Alcides Vieira, com quem trabalho há 18 anos.

Os jornalistas, às vezes, sentem-se desconfortáveis quando passam da informação para o entretenimento. Não foi o seu caso?

É preciso adaptarmo-nos a outro registo de comunicação. Uma conversa feita num programa em que se tem tempo para conversar, é completamente diferente de cinco ou dez minutos de entrevista jornalística, é outro tipo de abordagem e tem de se saber estar com as pessoas de outra forma.

Não deixa de ser comunicação…

Aquilo que eu faço é essencialmente comunicar, não acho que haja uma diferença assim tão grande. Não tive de deixar de ser o que sou para fazer este programa, só o registo é que é diferente.

É igualmente gratificante trabalhar neste registo?

Sobretudo porque é um desafio e uma aprendizagem permanente e eu gosto de experimentar coisas diferentes. E está a correr muito bem.

Também se divertiu no júri do “Portugal tem Talento”?

Gostei da experiência e diverti-me imenso. Apreciei mesmo os candidatos e foi uma experiência de que não me arrependo minimamente. Tivemos um bom ambiente, e, apesar de ainda não conhecer o Ricardo Pais e o José Diogo Quintela, gostei muito de trabalhar com eles, entendemo-nos muito bem.

Via-se que tinha prazer a ver e a ouvir aquelas pessoas.

Gosto das várias expressões de arte e gosto de cantar, por isso foi uma enorme satisfação estar ali.

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O “Boa Tarde”, para além da responsabilidade, ocupa-lhe muitas horas de trabalho diário?

Ocupa, porque também sou responsável pela equipa. O meu papel não é só o de apresentadora, sou a editora executiva do programa, e, como tal, responsável pelo conteúdo final. Em Março, quando fizemos as mudanças no programa também se juntou a nós o Nuno Graça Dias (que estava na Edição da Manhã da SIC Notícias) para coordenar a equipa, e a presença dele é, sem dúvida, uma mais-valia.

E continua a ter na equipa pessoas que a acompanham há muito tempo?

Continuo a trabalhar com a Sandra Cadeireiro que é da área da informação e é uma peça fundamental nesta equipa porque organiza muito bem os conteúdos. Não somos muitos, mas somos uma equipa muito empenhada e motivada.

No meio disto tudo tem duas filhas adolescentes a precisar muito da sua atenção!

E queixam-se disso, embora elas também passem muito tempo fora. A vida escolar dos miúdos é muito absorvente. O pior é durante as férias, aí ficam mais impacientes porque sentem mais a minha ausência.

É um trabalho muito absorvente?

Muitíssimo. Não saio daqui para nada, nem para almoçar, e levo quase sempre trabalho para casa.

Quem corre por gosto não cansa?

O que é importante para mim é sentir-me confortável neste papel e achar que estamos a fazer um bom programa. E, de uma forma geral, as pessoas estão entusiasmadas com o que estão a fazer e sentem que está a valer a pena este esforço.

O que faz ao fim de semana para se distrair?

Durmo. Cozinho. Estou com amigos e dou umas voltitas, pouca coisa. Às vezes até sinto mais pressão ao fim de semana porque como são só dois dias, quero usufrui-los ao máximo e esticá-los, e, de repente, já acabou. Fico sempre com a sensação de não fazer nada daquilo que tinha planeado.

As suas filhas têm-lhe proporcionado momentos surpreendentes?

Os miúdos à medida que crescem vão-se transformando noutras pessoas. Deixam de ter uma idade para terem outra com as características dessas idades, e isso é sempre um desafio.

Apresenta o “Boa Tarde”, foi júri no “Portugal tem Talento”, entregou prémios nos Globos de Ouro, de repente, os diretores da SIC lembraram-se todos da Conceição Lino. Porque será?

Penso que tem a ver com as minhas características enquanto profissional. Ao longo destes anos revelei a minha versatilidade, fiz tantas coisas diferentes, desde “Casos de Polícia”, que apresentei e coordenei durante quatro anos, ao “Praça Pública”, programas de debates, apresentei e coordenei noticiários, passei pela SIC Notícias, fiz programas em direto na rua, o “Nós por Cá”, sozinha e com uma equipa em formato diário…

Isso dá uma grande experiência!

Além do mais sou descontraída, não sou formal, e quem priva comigo conhece o meu lado bem disposto e divertido.

Está a viver uma boa fase profissional?

Sem dúvida e estou muito bem comigo e com a vida. Só gostava de ter mais tempo livre, mas isso é uma coisa que me faz falta há muito tempo.

(texto: Palmira Correia)