Além de VJ da MTV, Diogo Dias é também cantor e um apaixonado por viagens. Descubra mais sobre a vida profissional e pessoal do apresentador.

Depois de uma licenciatura em Organização e Gestão de Empresas, como é que se muda para a televisão?
Acaso dos acasos. Na altura já tinha a minha banda, os Klepht, e depois de ter cantado uma música num bar de karaoke com uns amigos fui convidado para participar numa peça de teatro. Fiz durante 2 anos teatro e numa das peças convidaram-me para fazer um casting para um anúncio. Quando lá cheguei, como sabiam que também era músico, perguntaram-me se para além do casting para o anúncio, não me importava de fazer outro casting para um programa de televisão sobre música… e assim foi.

Achaste desde o início que essa mudança era o melhor para ti?
Tive de ser convencido pela minha namorada na altura e pelos meus pais. Quando és jovem tens convicções muito fortes, e eu sabia que queria ser músico, a televisão não estava nos meus planos. Mas com alguma pressão da parte deles, lá resolvi ceder e experimentar a televisão. Passado pouco tempo percebi, que tudo isto tinha muito mais a ver comigo do que a Organização e Gestão de Empresas.

O que é necessário para se ser VJ?
Descontrair, ter uma linguagem própria, e a meu ver ter algum conhecimento de música. Apesar de a MTV não ser um canal exclusivamente de música, a verdade é que foi fundada nesses alicerces e como tal acho importante esse lado. Mas o melhor lado de ser VJ é mesmo o espírito descontraído com que tens de encarar as coisas.

Como é dividir a câmera com mulheres, no caso da Ana Sofia e agora da Diana?
Desde que entrei na MTV tive muita sorte com todas as minhas colegas. Falo da Filomena Cautela, Luísa Barbosa, Ana Sofia e da Diana Taveira com um enorme carinho. Não só foram colegas como tornaram-se amigas, do meu dia a dia. Aprendi muito com todas elas, cada qual no seu estilo diferente e isso tornou-me num VJ mais completo. Tive muita sorte com todas elas, e agora acabámos de receber a Joana Martins, e tenho a certeza que a história vai-se repetir.

Qual foi até agora o melhor momento para ti enquanto VJ e o pior?
Começo pelo pior. É sempre complicado explicares às pessoas que cresceram a ver uma MTV diferente, que hoje em dia os moldes do canal são outros. A MTV teve de se reformular para sobreviver. O Canal hoje em dia não é apenas de música e custa ouvir muita gente a dizer mal disso.
O melhor foi ter tido a possibilidade de entrevistar todos os artistas que já entrevistei. No outro dia comecei a fazer contas, e fiquei impressionado com o meu "curriculum" de celebridades.

Há 12 anos na MTV, o que é que ainda te falta fazer?
Entrei na MTV sobretudo incentivado por uma coisa, queria conhecer os PEARL JAM, a banda com quem cresci desde os meus 12 anos… entrevista-los era o grande objectivo. Passaram-se precisamente 12 anos e nunca o consegui fazer. Talvez esse seja um ponto que ainda me falta fazer, mas sinceramente hoje em dia acho que preferia mais encontra-los na rua e ter uma conversa descontraída do que realmente entrevista-los… quando és fã de alguém, torna-se complicado desligares-te para fazeres o teu trabalho, e por vezes isso atrapalha.

Qual é o significado da MTV na tua vida?
12 formam uma pessoa. Sei que muito do que sou hoje em dia se deve ao canal mas acima de tudo , a todas as pessoas com quem tive o prazer de trabalhar na MTV. Sei que para sempre estarei ligado a este canal, e o canal estará ligado a mim.

É fácil ser VJ e fazer parte de uma banda?
Nunca tive qualquer problema em relação a isso. Aliás quando entrei na MTV isso foi uma das ressalvas que fiz. Sempre foi acolhida com entusiasmo pelos directores do canal. Ainda hoje em dia os Klepht fazem parte da família MTV. Somos MTV talento, e só por isso dá para perceber que a banda nunca foi um problema.

Quando é que percebeste que tinhas o bichinho da música?
Os meus irmãos sempre tocaram viola ou piano, muito por incentivo dos meus pais. Influenciado por eles comecei a praticar os dois. Desde cedo senti necessidade de começar a tentar fazer as minhas próprias músicas. Quando comecei a perceber que algumas pessoas gostavam do que fazia, aí percebi que era algo que adoraria fazer para sempre.

Consegues ter tempo para as duas coisas?
É sempre complicado fazeres tudo bem feito. Há sempre um dos lados que fica prejudicado, mas mesmo assim acho que tenho conseguido gerir bem essa parte.

Já pensaste em deixar a MTV e seguir carreira apenas com os Klepht?
A música é a minha grande paixão. Comecei por fazer teatro por causa da música, entrei na televisão para um canal que era de música e tenho uma banda desde os 16 anos. É claro que o meu sonho era poder dedicar-me a 100% aquilo que mais amo, mas a verdade é que hoje em dia também gosto muito de fazer televisão, e tenho muitas saudades de fazer teatro. Acho que há margem para fazeres mais do que uma coisa.

Sabemos que viajar é uma das tuas grandes paixões e por isso, qual foi para ti a melhor viagem que já fizeste e a aquela que nunca mais voltavas a fazer?
A segunda parte da pergunta é muito complicado de responder, acho que nunca tive uma viagem que me arrependesse. Adoro explorar e conhecer novos sítios. É muito raro repetir algo. O mundo é tão grande, que primeiro que possa repetir destinos, ainda tenho de trabalhar muito. Provavelmente a que mais me marcou foi a viagem que fiz à Patagónia, Correr a América do sul até Ushuaia (fim do mundo) é algo que não tem explicação.

Qual é a viagem que pretendes fazer assim que puderes?
Acima de tudo gosto em cada viagem estabelecer objectivos, e é isso que me motiva a viajar. Na Amazónia queria dormir um dia no meio da Selva e consegui, quis estar no ponto mais a sul do continente americano e estive, queria assistir a um eclipse total do sol e fiz um inter-rail com esse objectivo. Já tenho mais duas viagens pensadas, quero assistir a uma aurora boreal, por isso vou à Islândia, e depois irei correr a Índia de comboio, que é um dos meus grandes sonhos.

E aquela que não pode faltar na tua lista?
Como diria Jorge Palma, “ Enquanto houver estrada para andar, a gente vai continuar..” Enquanto houver mundo para conhecer, vou continuar.

Para terminar, quais são os teu planos para o futuro?
Mais e melhor. É esse o meu plano. Até se materializarem não gosto muito de falar sobre isso, mas ando a pensar e a desenvolver muitos projectos. Brevemente terei muitas novidades a apresentar.