Em 2004, usando o nome Andreia Condesso, concorreu ao programa televisivo «Sonho de mulher», transmitido pela SIC, canal pelo qual continua a dar a cara. Miss Portugal em 2008, foi modelo antes de singrar como apresentadora de televisão. Em entrevista à Prevenir, Andreia Rodrigues fala das dietas que não faz, da paixão pelos desportos radicais e pelo papel social que procura desempenhar diariamente. «Quero ajudar quem não tem voz», assume.

Usa um colar com o símbolo do equilíbrio. O que faz para manter a serenidade?

Vivemos num mundo tão voraz que é importante termos os pés bem assentes e aceitar o que a vida nos oferece. Há um ano [em 2014] descobri a meditação mindfulness e hoje pratico-a diariamente. Faz parte da minha rotina. Logo a seguir ao duche matinal, visto-me e reservo 10 a 15 minutos para me prestar atenção. Quando a mente divaga, em vez de nos condenarmos, devemos fazer o oposto, dizer «OK, já pensas nisso» e voltamos a concentrar-nos.

No final, aponto o que me fez perder o foco para, se possível, o resolver. O mindfulness ensina-me que devemos ser generosos connosco e que só conseguimos estar bem com os outros se estivermos bem connosco.

Ainda se diz uma perfecionista que erra e aprende todos os dias?

Sim e quase todos os dias vejo o que faço para perceber o que posso melhorar. Quero evoluir e ser melhor, chegando ao final do dia com a consciência que fiz o melhor que sabia. Não procuro unanimidade. Procuro ser fiel a mim mesma e, sendo uma cara conhecida, quero ajudar quem não tem voz. Por isso, sou embaixadora da associação SOS Animal.

Hoje é uma profissional da televisão mas poderíamos estar a falar com uma investigadora na área da química. O que a atrai na ciência?

Sempre foi uma paixão. Fascina-me perceber como as coisas funcionam e estou cada vez mais interessada em entender a forma como os alimentos interferem no organismo.

Segue alguma dieta?

Para emagrecer não, pelo contrário. Preciso de comer muito para manter os meus atuais 58 quilos. Mas o ano passado descobri que era intolerante à lactose e ao glúten. Inicialmente, bani alguns alimentos e vi efeitos na pele, no estado de espírito, na digestão… Depois fui reintroduzindo alguns para perceber até onde podia ir e descobri alternativas. Agora como massa de arroz, de milho ou de espelta em vez de trigo. Substituo o queijo de vaca pelo de cabra e ovelha e descobri a manteiga de burra.

Veja na página seguinte: Os alimentos que não entram em casa de Andreia Rodrigues

Que alimentos não entram em sua casa?

Além de leite e de alimentos com glúten, o açúcar porque é um catalisador de doenças oncológicas e degenerativas e porque já o comemos fora de casa em doses suficientes. Uso açúcar de coco e xilitol. Se for a um restaurante não me privo, mas em casa sigo uma alimentação equilibrada, prefiro vegetais biológicos, peixe de mar e não de viveiro.

Como se mantém em forma?

Vou ao ginásio, faço treino funcional e, uma a duas vezes por semana, corro seis a sete quilómetros ao ar livre. Faz bem à cabeça. O corpo, ao fim de meia hora, começa a libertar endorfinas, os neurotransmissores do bem-estar. Hoje, o meu objetivo é manter-me saudável e tonificada e, para isso, o treino funcional chega. Quando somos mais novas temos uma ideia fixa do que é ser sexy, mais tarde percebemos que isso vai muito além da anatomia.

Também tem um gosto especial por desportos radicais...

Sim, mas hoje tenho mais noção do que tenho a perder e isso faz-me querer correr menos riscos. A adrenalina é extraordinária, mas há sempre probabilidade de correr mal…

Já esteve frente a frente com a morte. Aos 17 anos, teve um acidente de carro grave...

Aprendo mais com esse acidente hoje do que na altura. Ensina-me que cada dia pode ser o último e, por isso, é importante dizer aos que amamos que os amamos. E sinto que seria ingrato não respeitar a segunda oportunidade que a vida me deu. Tento ser uma pessoa melhor e fazer algo por quem posso.

Ultimamente, tenho percebido a importância da gratidão em relação ao que a vida nos dá e da aceitação do que acontece. Quando acordo, agradeço o que tenho e penso no que quero que seja o meu dia. À noite, reflito se fiz alguma coisa que tivesse feito com que o dia não fosse apenas mais um.

Texto: Bárbara Bettencourt com Carlos Ramos (fotografia), Nuno Beja (assistente de fotografia), Sandrina Francisco e Silvana Querido (produção de moda), Lígia Rézio/Midd Design (décor) e Joana Moreira (cabelos e maquilhagem)