É uma das it girls portuguesas e uma das apresentadoras de televisão de êxito da nova geração. Preocupada com a saúde e com a imagem, Ana Rita Clara faz da vontade de transformar o mundo  um projeto de vida. É também o principal rosto do «Change IT», um movimento que procura uma mudança de paradigma, apelando a uma mudança interior que torne este mundo num lugar melhor. Veja também a galeria de imagens da produção fotográfica que fez para a capa da revista Prevenir.

Em 2012, quando foi capa da Prevenir, já estava ótima mas, agora, três anos e tal depois, está visivelmente mais magra. O que fez?

Ainda bem [risos]! Treino com um personal trainer (PT), três a quatro vezes por semana. O corpo vai secando naturalmente, as gordurinhas vão sendo substituídas por massa muscular. Nunca tive peso a mais, mas o meu corpo mudou quando comecei a fazer exercício de forma mais intensa. Além de treinar com um PT, vou mais uma ou duas vezes ao ginásio.

Gosto de ter um dia livre para fazer outros exercícios, como HIIT [High Intensity Interval Training], um treino muito puxado. Também adoro fazer exercícios, por exemplo flexões e abdominais, com bola de pilates. Os resultados são fabulosos. O desporto faz parte de uma regra que me imponho que é a de cuidar de mim. O objetivo é manter a boa forma. Não estou focada em emagrecer.

No liceu, chegou a vencer competições de futebol...

Sim, aprendi a fintar e a driblar com os amigos do meu irmão. Sempre gostei de explorar os meus limites, sempre gostei dessa adrenalina. Fazia vários desportos. Ginástica acrobática e desportiva, dança, karaté, patinagem artística, boxe...

Porquê boxe?

Gosto de ir ao extremo. Tenho um ADN destemido. Já saltei de paraquedas e voei num F16... Gosto de dar o máximo em tudo e no desporto também. A forma como lidamos com o desporto diz muito sobre a forma como encaramos a vida e ajuda-nos a ficar mentalmente mais fortes. O meu PT diz que sou das pessoas mais disciplinadas e determinadas que conhece.

De todos esses desportos, de qual gostou mais?

O karaté ensinou-me muito. Nas artes marciais, aprendemos a respirar, a responder sem atacar... Há nobreza! Também fiz natação profissional dos 12 aos 16 anos. Ainda hoje tenho uma grande ligação à água, não consigo passar um inverno sem dar um mergulho, mas desliguei-me da modalidade quando senti que tinha de contar números para nadar, deixou de me dar prazer. Se algo não me deixa feliz é porque não é por ali...

O envelhecimento preocupa-a?

Não penso nisso, nem quero. Acho que as mulheres, em Portugal continuam a ser vitimas desse sexismo.  É uma visão castradora e até indelicada em relação a apresentadoras com mais idade e experiência. Não me permito entrar nesse jogo.

Sou muito observada, é claro que me preocupo, mas não nesses parâmetros. Quanto mais cedo se começar a ensinar às meninas que são tão ou mais inteligentes do que os meninos, em vez de se dizer que são mais ou menos bonitas, mais cedo começaremos a perpetuar um pensamento diferente.

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A televisão alimenta essa visão?

Felizmente, a televisão também tem rostos que não correspondem a esse estereótipo. Se tenho telegenia, ainda bem, mas se o conteúdo não estiver lá, mais cedo ou mais tarde vai sentir-se e, nisso, a televisão é transparente.

No meu projeto «Change IT», convido para tertúlias pessoas que apostam na transformação do mundo. Aí conheci pessoas que compreendem o lugar da beleza mas têm uma forma de estar em que a beleza vem daquilo que conseguem transformar à sua volta.

De que é que tem medo?

De olhar para trás e sentir que não fiz muitas das coisas que queria. Mas não tenho planos a longo  prazo, quero sempre recriar-me e estou em constante mudança.  É nessa surpresa do que vai acontecendo e das opções que vou fazendo que me vou encontrando.

E com que sonha?

Gostava que o «Change IT» avançasse para muitos pontos do país. Não tem retorno comercial mas dá-me muito prazer inspirar as pessoas e criar uma rede de conhecimentos. Também espero que surjam outros voos na televisão e tenho vontade de viajar ainda mais.

Texto: Bárbara Bettencourt com Carlos Ramos (fotografia)