Nasceu em Santarém em 1979 e lançou o seu primeiro disco, «Guarda-me a vida na mão», em 2003. Já cantou com Prince e com os Rolling Stones, mas a sua maior referência é a fadista Amália Rodrigues.

«Eu não seria fadista se a Amália não existisse. Tenho a absoluta certeza», afirmou mesmo no lançamento de uma coleção de joias inspiradas na diva do fado.

«Ela fez com que eu gostasse de fado», assegura a intérprete de «Leva-me aos fados», que é também o nome do álbum do lançou em 2009. Pela sua ligação à fadista que imortalizou temas como «Gaivota», «Barco negro» e «Povo que lavas no rio», Ana Moura foi a escolhida pela empresa Ouronor e pela Fundação Amália Rodrigues para dar a cara por uma linha de ourivesaria chamada «Amália».

O que é que representa para si ser a embaixadora deste projeto?

Fico muito contente com este convite porque a Amália é a minha grande referência. Sempre foi. E depois porque acho que este tipo de iniciativas são de louvar, até mesmo para atrair a atenção das pessoas para a nossa ourivesaria, que é uma das mais ricas do mundo. Nós temos trabalhos, como estes, muito ligados à nossa ourivesaria tradicional, mas nunca perdendo uma característica portuguesa.
A nossa ourivesaria é das mais bonitas e glamorosas do mundo. Nós podemos explorar isso e a Amália explorava muito isso. Explorava muito a nossa ourivesaria e a nossa joalharia. E eu sinto-me uma privilegiada por poder participar, de alguma forma, neste projeto, porque gostava de retribuir o que a Amália me deu.

O que pensa desta coleção de joias pelas quais dá a cara?

Adoro as peças, especialmente as réplicas. Gosto imenso. São peças que me dizem muito porque habituei-me a ver fotografias da Amália nas quais ela surge com algumas dessas peças. A minha preferida é a Estrela, uma joia em forma de estrela que ela usava ao peito.

Reconheceu todas as réplicas que foram produzidas para esta coleção ou houve alguma que ainda não conhecia?

Sim. As réplicas, reconheci-as todas.

Pela imagem que Amália passava dela, seria uma mulher vaidosa. É essa também a imagem que tem dela? Amália era uma mulher vaidosa?

Acho que sim. Era uma mulher que tinha imenso cuidado com a sua imagem. Aliás, ela foi vanguardista nesse sentido, porque vestia sempre trajes super glamorosos, usava joalharia... Ela foi muito vanguardista a esse nível.

E Ana Moura também é vaidosa?

Também me preocupo... Acho que é importante que nos sintamos porque estamos muito expostas em palco... Também faz parte!

Quem seria mais vaidosa, a Amália Rodrigues ou a Ana Moura?

Não sei... Acho que anda ela por ela! (risos)

Tem estado a preparar um disco. Como estamos em termos de novos projetos?

Sim, é verdade. Vão haver novidades em breve. Tenho um disco novo que vai sair em novembro [de 2012]. Ainda não temos uma data definida mas, em novembro, sairá um novo disco.

Texto: Luis Batista Gonçalves