A sua infância sempre foi passada na companhia dos seus avós maternos também eles alfacinhas de gema e residentes em Alfama.

Iniciou a sua paixão pelo fado aos 12 anos. Atuou em várias casas típicas de fado como o faia; café luso; forcado; clube de fado; severa entre outras salas de espetáculo. Também já fez vários espetáculos pela Europa onde se destacam: Alemanha; França; Inglaterra; Espanha.

Ana Marta foi premiada em 2011 com o prémio revelação Amália Rodrigues. No mesmo ano foi convidada a integrar o elenco do teatro de revista “Ora vira e troica o passos no teatro Maria Vitória (Parque Mayer) como atracão nacional.

No ano seguinte em 2012 voltou a integrar no elenco da revista humor com humor se paga no teatro Maria Vitória desta vez como atriz e também como atracão nacional de fado.

Atualmente trabalha todas as noites numa das casas mais típicas e prestigiada do nosso fado restaurante típico o Timpanas, em Alcântara.

Simultaneamente integra o elenco da peça de teatro Trovas&canções actores poetas e cantores com o prestigiado ator Ruy de Carvalho em digressão por todo o país.

Retratos Contados: Fala-nos dos teus avós paternos e maternos.

Ana Marta: Os meus avós paternos são de Alfama embora nunca tivéssemos grande convivência já os maternos o meu avô era de Lisboa (estrada velha de Chelas) infelizmente já não está entre nós era estivador. A minha avó é de Alfama felizmente ainda está entre nós, sempre a conheci como uma lutadora, mulher dos 7 ofícios como se costuma dizer, sempre foi vendedeira, entre tantas outras coisas, mas o que tenho em memória era mesmo ser varina.

RC: Que importância tiveram os teus avós na sua vida?

Ana Marta:  A minha avó Carmelinda mãe da minha Mãe é a minha fã nº1. A mulher que me dá força, que nunca desiste, tem uma importância total na minha vida. Não me vejo sem ela!

RC: Que características sentes ter herdado dos teus avós?

Ana Marta:  Herdei a característica bairrista, sem vergonha de encarar e interagir com o público.

RC: Quais as memórias mais antigas, que tens com os teus avós?

Ana Marta:  Felizmente são muitas e tão boas que seria injusto referir só algumas.

RC: O papel dos avós na sua vida, foi determinante para a se tornares na pessoa que és hoje?

Ana Marta: Sem dúvida.

RC: O que aprendeste com os teus avós, influenciou-o de algum modo a ser o que é hoje? 

Ana Marta: A convivência com os meus avós sempre foi assídua. Quer queiramos ou não, tudo o que se vive é uma aprendizagem constante.

RC: Os teus avós tiveram oportunidade de ver a fantástica fadista que és?

Ana Marta: A minha avó Carmelinda sim. Como ela diz: a fadista X canta bem mas tu és melhor! Se não forem os nossos a gostar de nós, quem gostará???

RC: Quais têm sido os teus maiores desafios como neta?

Ana Marta: Cantar para ela que é das coisas que mais adora.

RC: Que outros projetos gostarias de vir a fazer? Que sonhos gostarias de realizar? Qual o teu “projeto de vida”?

Ana Marta: Teatro de revista novamente! Os sonhos são alguns, mas tudo a seu tempo. Gostaria muito de ser reconhecida pelo meu trabalho.

RC: Quais são as melhores recordações dos teus avós, que um dia vais querer recordar com os teus filhos.

Ana Marta:  Que são e foram dois amores, que para além da filha amaram incondicionalmente a neta, e que adoraria que eles pudessem sentir o abraço ouvir a voz de duas pessoas maravilhosas.

RC: Como imaginas os teus pais no papel de avós?

Ana Marta: Sinceramente nunca pensei nisso!

RC: Como te imaginas um dia no papel de avó?

Ana Marta: Babada! Então se tiver uma neta fadista ou um neto músico será certamente a cereja no topo do bolo.

RC: Os Retratos Contados apresentam-se como um projeto único e diferenciador, uma vez que nos focamos numa área diferente do habitual. O objetivo deste site é falar das ligações entre avós e netos. A importância dos avós na vida dos netos e vice-versa. O que achas deste projeto?

Ana Marta: É maravilhoso porque nos faz pensar naqueles seres tão importantes nas nossas vidas. Se não fossem os nosso avós, nós não estaríamos cá! Enfim, é como se fosse um regresso ao passado da ternura e só por isso obrigado “Retratos Contados”.

RC: Através deste site queremos falar de envelhecimento ativo, do abandono dos idosos, dar a conhecer atividades para serem feitas pelos mais velhos, ou para os mais novos fazerem com os avós … Quando olhas para o nosso país, como vê a população mais velha?

Ana Marta: Infelizmente como se fossem pessoas inúteis, tratados sem respeito, sem nunca pensar-se que já foram jovens e que de uma maneira ou de outra fizeram grandes feitos para a população do seu país para as suas famílias enfim…