Uma sede nova é sempre um momento revigorante para uma Associação. Foi uma luta longa até esta conquista?
Bem, confrontada com a necessidade de libertar o espaço cedido pelo Colégio das Doroteias no Campo Grande, onde até hoje exerceu a sua actividade durante 11 anos, a APAMCM encetou contactos aos mais variados níveis para encontrar uma solução para a mudança de instalações que, inevitavelmente e perante aquela intimação, teve que levar a cabo. Por carta datada, onde não deixa de enaltecer a qualidade e valor do trabalho da APAMCM, a direcção do Colégio põe termo ao protocolo de comodato existente, estabelecendo o prazo 30 Setembro 2009 para que a APAMCM restitua as instalações, “livres de pessoas e bens”. Nestes meses que decorreram desde a data do anúncio do termo de protocolo, a APAMCM, como referido, utilizou os meios que tem ao seu alcance para conseguir um novo espaço, com o mínimo de condições de trabalho para os seus colaboradores, voluntários e utentes (pacientes e alunos) e, bem assim, com a área adequada à instalação e distribuição dos serviços que presta nas mais variadas valências atrás referenciadas.

Onde exerceram a sua actividade nesse período?
No espaço cedido de forma precária pela CML. Mas como não reunia as condições de segurança e higiene necessárias foi decidido em Assembleia-geral a APAMCM adquirir património através de leasing juntamente com os 100 mil euros que conseguiu angariar de Setembro a Dezembro 2009. Passaram-se 9 meses! Durante este período em que estivemos sem sede, angariamos dinheiro através da Campanha TU PODES SER A SOLUÇÃO que envolveu inúmeras empresas, a comunidade do Facebook, comunicação social, e procuramos espaços dignos e dentro do orçamento até onde poderíamos ir. Foi um parto difícil, mas que no final se transformou num sonho realizado: encontramos um espaço semi-novo, pronto a utilizar no Campo Santa Clara junto ao Hospital da Marinha. Apenas decorre a obra no r/c que corresponde a criação de um Auditório para a Escola de Formação Profissional da APAMCM.

Em termos práticos, o que vai mudar na vida da Associação?
Temos um novo espaço que nos permite dar continuidade ao nosso trabalho, mas também aumentaram os custos mensais desta IPSS com Fins de Saúde sem Fins Lucrativos. Assim, resta-nos através da prestação de serviços de formação ministrados na nossa escola e vendidos ao público, bem como através da realização das nossas duas Corridas Sempre Mulher conseguir criar sustentabilidade financeira para pagarmos o leasing e mantermos a oferta gratuita dos nossos diversos apoios terapêuticos.
A APAMCM actua a nível nacional e divide-se em duas grandes valências: prestação de cuidados de saúde ao utente oncológico e formação e educação dirigida aos profissionais de saúde e à comunidade. Conta com uma equipa de 46 voluntários profissionais, primordialmente do IPOLFG, que prestam gratuitamente cuidados de saúde nas respectivas valências: consultas médicas de cirurgia geral, reconstrução/plástica, ginecologia, fisioterapia e medicina interna; atendimento de enfermagem personalizado; centro especializado em fisioterapia oncológica; apoio psicológico (terapia individual, familiar e grupo de auto-ajuda), aconselhamento de nutrição e actividade ocupacional / complementar.

E em relação à formação?
Como 2ª grande valência, a Escola de Formação é entidade formadora acreditada pela DGERT que desenvolve: formação especializada e de actualização no âmbito oncológico aos profissionais de saúde, através de cursos exclusivos a nível nacional; formação de Línguas em contexto hospitalar direccionado aos profissionais e estudantes da área da saúde, nacionais e estrangeiros; simpósios anuais direccionados aos profissionais de saúde e à comunidade ; e acções de sensibilização no âmbito da patologia mamaria, ao longo do ano por todo o país, dirigidas à comunidade. Estas acções são prestadas pela equipa voluntária constituída por médicos e enfermeiros.

Quais as metas que pretendem atingir em 2011?