As zonas que vai visitar têm climas temperados (ou bem frios, no caso
de querer visitar a Patagónia) e não exigem os clássicos cuidados na
prevenção da malária, dengue ou febre amarela.

Se for visitar as cataratas de Iguaçú, há uma excepção.

Com um
clima diferente, essa é uma zona de transmissão de febre amarela e, na
época das chuvas, de dengue.

Alimentação

Nas cidades, a qualidade da água potável é, normalmente,
segura. Na visita a áreas rurais com deficiente saneamento básico, evite
consumir água da torneira, gelo e alimentos crus ou mal cozinhados. No
contacto com culturas gastronómicas novas, condimentos desconhecidos
frequentemente provocam problemas gastrointestinais que podem
comprometer o prazer da viagem.

As proteínas (carne, peixe e marisco) devem ser sempre consumidas
em bom estado de frescura. Todas estas regras são úteis em países
tropicais e temperados, mas o risco relativo de cada país é sempre
diferente. No caso da Argentina e do Chile os riscos alimentares são
menores, mas vale sempre a pela estar alerta para eles. Nas regiões do
interior destes países, restrinja o consumo de peixe e de marisco, pelo
risco de má conservação e transporte.

Vacinas

As vacinas recomendadas são as que protegem para algumas doenças
transmitidas por águas e alimentos. Neste caso, a febre tifóide e a
hepatite A. Uma estada de mais de dois ou três dias em Iguaçú ou com
condições que ofereçam pouca protecção contra as picadas dos mosquitos
(alojamento precário, por exemplo) exige vacinação contra a febre
amarela. Tenha também a vacina do tétano em dia. Tenha sempre consigo um
repelente em stick ou em spray.

Meios de transporte

Estatisticamente, os acidentes de viação são o maior risco dos viajantes para estas zonas. Ao viajar de automóvel, tenha toda a informação possível sobre a região que vai percorrer, obtenha mapas atualizados ou use o GPS. É sempre preferível não viajar durante a noite.

Como vai fazer uma longa viagem de avião, aumente a ingestão de água, evite álcool e bebidas gaseificadas, mexa os pés e pernas enquanto estiver sentado.

Periodicamente, levante-se e ande nos corredores. Não viaje durante a noite. Além de perder pontos de referência, existe insegurança nalgumas zonas da Argentina e Chile e perde a oportunidade de ver a paisagem.

Em grupo

Nas viagens de amigos, os riscos, por vezes, vêm do interior do próprio grupo. Existe um sentimento de proteção e invulnerabilidade por sermos muitos (resolvemos melhor qualquer problema) e estarmos com pessoas de quem gostamos. Mas quando alguém não cumpre as regras de prevenção e arrasta outros para o mesmo comportamento, podem existir problemas. Todo o grupo deve ter consciência dos riscos. Só assim será forte, protegendo os seus membros das agressões exteriores.

Texto: Jorge Atouguia (especialista em medicina do viajante)