O mais antigo vitral conhecido em Portugal está em exposição no Palácio Nacional da Pena.

Nunca antes apresentada ao público, a mostra «Vitrais e
vidros: um gosto de D. Fernando II» reúne «a mais eclética colecção de vitrais do país», assegura a empresa Parques de Sintra - Monte da Lua, a empresa pública gere os principais e mais emblemáticos pólos de atracção de Sintra, em comunicado.

Após uma campanha de cerca de dez meses de trabalhos de conservação, restauro e reconstituição, as obras agora expostas «constituem um notável conjunto de vitrais dos séculos XIV a XIX», realça a promotora da exposição. «A excepcionalidade da ocasião motivou ainda a reorganização da colecção de vidros do palácio que, por se tratar de uma das mais representativas colecções da história do vidro europeu existente no nosso país, estará exposta na Sala dos Veados, juntamente com os vitrais», sublinha a mesma fonte.

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Além de dar a conhecer ao grande público a diversidade e excelência de duas importantes colecções, esta iniciativa permitirá, simultaneamente, à comunidade científica beneficiar de futuros trabalhos de investigação. «Neste sentido, a inauguração [a 21 de setembro de 2011] foi agendada de forma a coincidir com a presença, em Lisboa, dos maiores especialistas internacionais nas áreas da conservação e restauro do vitral, o Comité para a Conservação do ICOM e o comité português do Corpus Vitrearum», justifica a empresa.

Com o objectivo de restaurar, expor e estudar o importante espólio que as coleções de vidros e vitrais do palácio reúnem, a Parques de Sintra – Monte da Lua assinou, em 2010, um protocolo com o Departamento de Conservação e Restauro (DCR) da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa, que detém vasta experiência nos campos do vidro e do vitral.

Esta parceria, que teve como primeiro objectivo o restauro integral do conjunto, envolve também um profundo trabalho de análise laboratorial com vista à identificação dos materiais utilizados, datação e caracterização dos painéis, bem como ao estudo das patologias encontradas. «Adicionalmente tem sido possível estabelecer importantes contactos internacionais para que esta colecção portuguesa possa ser estudada no âmbito da história da produção vítrea europeia», revela a empresa.

Produzidos no centro da Europa, sobretudo na Alemanha, na Suíça e nos Países Baixos, os vitrais agora exibidos, provenientes de igrejas, mosteiros, casas senhoriais e oficinas de artífices, chegaram a Portugal através do rei
D. Fernando II, que os mandou colocar na Sala de Jantar do Palácio das Necessidades, em Lisboa. Após a implantação da República, o palácio foi entregue ao Ministério dos Negócios Estrangeiros e quase todo o seu recheio foi disperso.

Os vitrais da Sala de Jantar foram, posteriormente, apeados e transferidos para as reservas do Palácio da Ajuda, onde ficaram até 1949. Nesta data, e depois de um pedido do conservador do Palácio Nacional da Pena, os oito caixilhos de madeira com vitrais chegaram ao topo da Serra de Sintra para serem aplicados nas janelas do edifício.

Veja na página seguinte: As influências dos vitrais em exposição

Nesta exposição integram-se também os vitrais do Salão Nobre e da Capela do Palácio Nacional da Pena.

Tal como nas Necessidades, foram aplicados vitrais de épocas diferentes nas janelas do Salão Nobre do Palácio da Pena, sendo este o único patchwork de vitral encomendado por
D. Fernando que ainda se encontra no mesmo local desde o século XIX.

Já os vitrais da capela foram produzidos em Nuremberga, entre 1840 e 1841, propositadamente para este fabuloso monumento nacional.

Tendo, recentemente, beneficiado de um profundo trabalho de restauro, estas peças podem, agora, ser vistas de perto e ao pormenor. A entrada é gratuita mediante apresentação de ingresso para visita ao palácio.

Foto: Parques de Sintra – Monte da Lua

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