A frase é surpreendente. «Se quer viver mais e de forma mais saudável do que a média americana, então venha para Nova Iorque». O autor destas palavras é o anterior mayor da Grande Maçã, Michael Bloomberg, o antecessor de Bill de Blasio. O dirigente municipal disse-o durante uma conferência de imprensa onde foram apresentados os últimos dados do Bureau of Vital Statistics da cidade que mostraram que os nova-iorquinos têm uma maior esperança de vida que os restantes norte-americanos. Se quer saber por que razão isto acontece, embarque nesta viagem pela cidade que nunca dorme e quando lá for, repita os hábitos saudáveis de Manhattan.

Medidas duras

Os nova-iorquinos nascidos em 2009 vão viver até aos 80,6 anos, mais três anos que a média do país. Michael Bloomberg não tem dúvidas que a sua política de saúde pública agressiva é um fator preponderante para este resultado. Quando assumiu a presidência da cidade, o mayor implementou a National Salt Reduction Initiative, que visava reduzir, até 2015, 20 por cento do consumo de sal. Além disso, encorajou a escolha de alimentos saudáveis, baniu o uso de gorduras trans nos restaurantes, exigiu que os menus tivessem a quantidade de calorias afixada, pôs em prática uma lei anti-fumo muito restritiva nos espaços púbicos e incentivou a prática do desporto em ginásios, em casa e na rua.

Contar calorias

Em Nova Iorque, nos dias que correm, encontra restaurantes com cozinhas de todo o mundo e para todas as bolsas. Como as calorias dos pratos estão visíveis, pode facilmente escolher as opções mais saudáveis mesmo nas cadeias de fast food e nas cafetarias. O facto das gorduras trans (responsáveis pelo aumento dos níveis de mau colesterol e triglicéridos) terem sido banidas também contribui para hábitos alimentares mais sãos.

No que diz respeito às bebidas, peça sempre os tamanhos mais pequenos, os ditos normais são sempre excessivos. Ao lanche, em vez de optar por alimentos calóricos, escolha uma peça de fruta, que é vendida à unidade na rua e nos deli (um misto de mercearia e snackbar) que existem por toda a cidade.

Cidade ativa

Os nova-iorquinos gostam de correr, caminhar e andar de bicicleta e de patins ao ar livre, por isso, imite-os. O Central Park, que se estende por 340 hectares é o pulmão verde da cidade e um dos locais mais disputados por pessoas de todas as idades para a prática de exercício físico. É palco de bootcamps, aulas de fitness e até as recém-mamãs fazem lá a sua recuperação fisíca após o parto. O Battery Park City e o Riverside Park, nas margens do rio Hudson, a famosa ponte Brooklyn com o seu tabuleiro de 1,6 quilómetros e o East River Park são outros dos spots desportivos de Nova Iorque.

Ringues citadinos

De novembro a abril, pode ainda fazer patinagem no gelo nos vários ringues espalhados pela cidade, os mais conhecidos são o Wollman Memorial Rink e o Lasker Memorial Rink and Pool, respetivamente na zona sul e norte do Central Park e o do Rockefeller Center. Em todos eles pode alugar os patins e até ter aulas, se não sabe patinar. Nos vários bairros da cidade, existem também campos de basquetebol, onde pode praticar esta modalidade que os nova-iorquinos, tal como a maioria dos norte-americanos, adoram. Em suma, quando for a Nova Iorque, não se esqueça do equipamento desportivo.

Veja na página seguinte: Os resultados das políticas de saúde pública implementadas na cidade

Mais saúde

Os resultados das políticas de saúde pública de Michael Bloomberg a seguir a 2002:

- Meio milhão de nova-iorquinos deixou de fumar

- As doenças cardiovasculares diminuíram 27,9 por cento

- As mortes por cancro diminuíram 4,3 por cento

- As mortes atribuídas ao tabaco em pessoas com mais de 35 anos diminuíram 19,9 por cento.

Texto: Rita Caetano