Não faz parte dos roteiros turísticos e a própria Bayer nem sequer lhe dá grande destaque no site oficial do grupo. Mas isso não impede o jardim japonês da multinacional alemã de receber anualmente milhares de visitantes. Considerado um dos parques mais exóticos da Alemanha, surpreende pela cor constrastante da vegetação e pela mistura de espécies que abriga. Localizado na cidade de Leverkusen, paredes meias com o Centro de Comunicação da Bayer, tem as suas origens em 1920.

É nesse ano que o então presidente do grupo, Garl Duisberg, faz um périplo pelo mundo e a sua bagagem vem recheada com ideias para expandir o jardim particular que mandou construir em 1913. Passado quase um século e após diversas obras de ampliação e melhoramentos o jardim japonês, que está extremamente bem mantido, pode ser considerado uma autêntica maravilha. Os elogios são mais do que muitos.

1920. Garl Duisberg, então presidente do Grupo Bayer faz um périplo pelo mundo e regressa à Alemanha com um conjunto de artefactos de vários países e muitas ideias para desenvolver o seu pequeno jardim japonês. Apaixonado pela jardinagem e pela horticultura, fica, durante a viagem, maravilhado com os jardins japoneses e aproveita para recolher ideias e se documentar sobre a arte nipónica de construção e manutenção dos espaços verdes.

O seu jardim foi construído sete anos antes, em 1913. E, na cabeça do presidente da Bayer, germinava a ideia de o expandir e tornar mais parecido com os autênticos jardins japoneses. Veja a galeria de imagens do jardim japonês de Leverkusen, um espaço que, como se constata facilmente nas redes sociais, é muito procurado por famílias com crianças e até por noivos desejosos de ter fotografias românticas no meio do verde.

Como Garl Duisberg teve a ideia de criar este jardim

Não se sabe ao certo se quando partiu levava na ideia a tarefa que empreendeu mais tarde e que resultaria nesta criação que resulta num manto de verdes que se misturam com tons rosados ou alaranjados no outono. A de construir um jardim japonês em Leverkusen, cidade alemã que fica a apenas poucos quilómetros da gigantesca cidade de Colónia. Sabe-se, sim, é que no regresso, para Garl Duisberg, já não restavam dúvidas.

Atualmente localizado no quartel-general da Bayer, em Leverkusen, mais concretamente junto do Centro de Comunicação da multinacional alemã, o este jardim é considerado um dos parques mais exóticos da Alemanha e é muito famoso pela colecção de azáleas e rododendros. O jardim japonês de Duisberg é, sem dúvida, um dos orgulhos da Bayer que gratuitamente franqueia os seus portões a todos os visitantes.

Com cerca de 15.000 metros quadrados, o jardim japonês de Leverkusen não deixa ninguém indiferente. Os lagos, as plantas invulgares e o conjunto de estruturas, entre as quais se destacam os toriis, os famosos portais japoneses nas pontes pedestres, que fazem deste espaço um verdadeiro oásis muito procurado por cidadãos alemães e turistas de outros países. Um bálsamo para a alma numa fuga do stresse do dia a dia.

Veja na página seguinte: Um convite à contemplação a incluir no seu roteiro

Convite à contemplação

Paisagens raras de muitas regiões da Ásia foram levadas para a Alemanha por Garl Duisberg e muitos dos seus artefactos estrategicamente colocados no jardim. A primeira expansão ocorreu em 1926 e a última em 2001. É inegável o progresso que o jardim alcançou a partir dos anos 20 do século passado. Bem cuidado e mantido por mãos experientes, constitui um autêntico convite à contemplação transmitindo paz e espiritualidade praticamente impossíveis de encontrar nos meios urbanos.

Para a cultura japonesa, as paisagens são uma das mais elevadas formas de arte, na medida em que expressam a essência da natureza num espaço limitado de forma harmoniosa com a paisagem. O jardim da Bayer está dotado dos principais elementos da arte japonesa da paisagem, como cerejeiras ornamentais, áceres vermelhos, lagos habitados por carpas, símbolo de fertilidade e prosperidade, pontes, caminhos sobre a água, pedras e cascatas, muito bambu e adornos.

Percorrer demoradamente os 15.000 metros quadrados deste jardim é um exercício de reflexão em ambiente zen que também convida à descoberta dos numerosos pontos de interesse quer em termos de espécies quer no que se refere a instalações, como a réplica da casa de chá, os toriis ou os adornos. Localizado em Leverkusen Wiesdorf, 20 quilómetros a norte de Colónia, funciona habitualmente das 09h00 às 20h00 e tem entrada livre.

Texto: Luís Melo com Luis Batista Gonçaves (edição online) e Fotoditzi (fotografia)