O mar é um elemento indissociável desta urbe. Da parte antiga, medieval, às águas cristalinas e temperadas do Adriático é, literalmente, um saltinho. A cidade tem tudo para ser perfeita e não para de aumentar o número de visitantes que a está a (re)descobrir. Se está sem ideias para a sua próxima viagem, deixe-se seduzir por esta deslumbrante cidade croata, que ficará a conhecer em apenas quatro dias se seguir o roteiro que, de seguida, lhe apresentamos.

Dia 1

Se visita Dubrovnik pela primeira vez, sugerimos que lhe sinta o pulso ao sabor de um expresso. O lugar ideal para um primeiro diagnóstico à cidade é, sem dúvida, o Café-Bistro Orlando, instalado na Stradun, uma encantadora rua pedonal. Marque este sítio, porque, além de café, tem uma carta simpática para almoços ligeiros. Na mesma rua, encontra o Mosteiro Franciscano, ornado de frescos, com o seu pequeno Museu da Farmácia que guarda a história de uma das mais antigas farmácias de toda a Europa ainda aberta ao público.

Dubrovnik oferece-nos constantes viagens no tempo, conciliando História com espírito cosmopolita e atual. É disso exemplo a chapelaria Ronchi, criada em 1858, que sobreviveu a várias guerras e governos e continua a produzir chapéus à mão mas com design original. Reserve os próximos 40 minutos para o 5D Theatrum, onde fica a conhecer a história da cidade de uma forma interativa.

De seguida, percorra as muralhas de Dubrovnik, em passo lento. No final desse passeio, vai exigir, certamente, uma esplanada e bebidas frescas... O bar Buza junta a esta combinação o imenso azul do Adriático. Mais, tem acesso, por escada, a um glorioso mergulho de final de dia! Fica quase escondido nas rochas, pelo que não é fácil lá chegar. A dada altura, junto à muralha, uma placa de madeira com a indicação «Cold drinks with the most beautiful view» indica que estamos perto.

Dia 2

Em toda a parte do mundo, ao mercado vai-se pela fresca… E Dubrovnik não é exceção. Todas as manhãs, na Praça Gundulic, estendem-se as bancas de frutas, legumes, ervas aromáticas, óleos, queijos e licores caseiros entre outras ofertas em ambiente tradicional. Siga para a fonte Onofrio e delicie-se com o que acabou de comprar no mercado, enquanto aprecia não só aquela construção majestosa do séc. XV como também a água fresca que dela jorra.

Se estiver em modo de lembranças e recordações, vá à Lega-Lega, loja do ateliê de design MIT, onde tudo é 100% croata e tem alguma dose de humor. Se gosta de arte moderna e contemporânea, saiba que no museu que lhe é dedicado encontra mais de dois mil trabalhos assinados por autores reconhecidos. Igualmente rico é o acervo do Mosteiro Dominicano, conhecido pelas pinturas renascentistas e manuscritos que alberga.

Junto ao mosteiro, não perca a galeria e loja Dubrovacka Kuca para trazer, como lembrança, uma peça de arte croata ou um vinho da vizinha península Peljesac. Segue-se uma pausa para uma refeição. Tendo em conta a localização costeira, os restaurantes da cidade e arredores têm sempre bons peixes e mariscos. Fora da zona antiga, mas perto o suficiente da cidade para não desmoralizar, há um restaurante, junto ao mar, que merece a viagem. Fica em Zaton Mali, pequena vila piscatória, e chama-se Gverovic-Orsan. Entre mergulhos, as opções são variadas, de boa qualidade e bem confecionadas, a preços razoáveis.

Dia 3

Comece o dia nas alturas, com um passeio de teleférico. A vista é imperdível. Alcança a cidade antiga, o mar e as ilhas croatas! Pode adquirir os bilhetes online, através do site Dubrovnikcablecar.com. Este é, sem dúvida, um passeio de pura descontração, que, de resto, será uma das melhores palavras para descrever Dubrovnik. No entanto, vai encontrar, em muitas lojas da cidade antiga, um acessório que lembra o oposto, a gravata.

Consta que é originária deste país e que terá as suas raízes no século XVII, quando aqui se usava, ao pescoço, lenços pitorescos atados de forma muito particular. Revisitar este mesmo século leva-nos ao Palácio Sponza, ponto de encontro dos membros da Academia dos Sábios para discutirem literatura, arte e ciência. Fica na Praça Luža, a partir da qual alcança outros monumentos, como a Torre do Relógio ou a Catedral de Dubrovnik.

Também no centro da cidade antiga encontra o Proto, referenciado como um dos melhores restaurantes para experimentar especialidades cozinhadas segundo receitas antigas de pescadores, com almoços ligeiros, a partir de 12 € e ementas à la carte, a partir de 35 €. A digestão faz-se caminhando pela zona de Buža com as suas ruas estreitas e inclinadas, ladeadas por casario baixo, a lembrar Alfama, o típico bairro lisboeta.

E quando a noite vier, provavelmente não mais fresca do que o dia, confira um dos lugares noturnos com a programação mais diversificada de toda a Dubrovnik. Chama-se Lazareti e é um ponto de passagem incontornável. Entre jazz, metal e tecno, passando por iniciativas culturais como teatro e exposições, animação não falta.

Dia 4

Termine a viagem com chave em forma de coração. Seria uma pena estar em Dubrovnik e não visitar pelo menos uma das ilhas mais próximas. A de Lokrum, reserva florestal, é também apelidada de Ilha do Amor e, além de séculos de história, conta várias lendas e contos ligados ao mar. A viagem, desde o porto da cidade até à ilha, é curta (cerca de 10/15 minutos) e há barcos a fazer a travessia a cada meia hora.

Se viaja com crianças, leve-as ao Aquário de Dubrovnik. Os miúdos vão adorar ver os 31 tanques de vida marinha dispostos dentro de uma imponente construção de pedra. Está situado no piso térreo do Forte de Saint Johns, erguido em 1346 para proteger o porto da cidade a partir do sudeste. Nos andares superiores, pode ainda fazer um périplo pelo museu marítimo da cidade.

Reserve as últimas horas do dia para revisitar as praças e ruas da cidade, fazer as últimas compras. Aproveite para adquirir bordados tradicionais, joalharia e trabalhos em pedra, que são facilmente encontrados nas lojas da cidade antiga. Despeça-se em grande, brindando num dos bares de vinho mais afamados de Dubrovnik, o D'Vino. Facilmente se comunica em inglês. No entanto, saiba as expressões-chave que lhe permitem fazer um brilharete:

- Dobro jutro (bom dia)
- Hvala (obrigado)
- Molin (por favor)

Como ir

A TAP voa de Lisboa para Dubrovnik em voos com escala em Frankfurt ou Munique ou Zagreb. O aeroporto fica a cerca de 20 quilómetros da cidade. Pode utilizar o shuttle Atlas, que sai da plataforma 1 e vai até ao terminal de autocarros em Gruz. A viagem dura entre 45 minutos a 1 hora e tem o preço de 5 € por pessoa (aproximadamente). O mesmo percurso de táxi ronda os 25 € e os 30 € (aproximadamente).

Onde dormir

A acomodação em Dubrovnik pode atingir preços bastante altos. Alugar um apartamento de curta duração é uma boa opção. Em Homekeepcroatia.com, encontra casas com diferentes tipologias e localizações. Entre as várias opções sugeridas, recomendamos o Dubrovnik B&B. Fica numa das entradas da cidade antiga e o preço é convidativo. Disponibiliza quartos duplos a partir de 79 €.

Para gostos mais exuberantes, o Hotel Puciè Palace pode ser a melhor escolha. Dentro das muralhas, é um cinco estrelas instalado num Palácio Barroco. Esta unidade hoteleira de referência, muito apreciada pelos visitantes mais sofisticados, disponibiliza quartos duplos a partir de 230 €, com a vantagem de estar numa localização privilegiada, perto dos principais monumentos da cidade.

Texto: Petra Alves