Uma das principais regras que as pessoas com doença crónica devem seguir antes de uma viagem é procurar previamente aconselhamento médico.

Segundo Jorge Atouguia, infeciologista e especialista em medicina do viajante, «viagens longas, sujeitam o organismo a algum stress. Uma menor quantidade de oxigénio afeta, sobretudo, doentes com problemas cardíacos ou respiratórios».

Já a menor pressão atmosférica, explica o médico, «provoca maior expansão de gases, afetando doentes com cirurgias recentes (sobretudo abdominais, torácicas ou de ouvidos, nariz ou garganta), pessoas com problemas intestinais crónicos e doentes com problemas agudos ou crónicos de nariz, ouvido ou garganta.»

De acordo com o infecciologista, as viagens longas no sentido dos paralelos com travessia de muitos fusos horários também exigem cuidados especiais, sobretudo aos diabéticos insulino-dependentes que veem o seu horário de ingestão de alimentos, insulina e exercício físico completamente alterado.

Em termos gerais, segundo Jorge Atouguia, «quanto mais quentes, húmidos e pobres forem os países de destino e quanto mais deficientes foram as condições de alojamento ou de alimentação, pior serão para os doentes crónicos», refere.

Os conselhos do especialista

- Todos os viajantes que façam medicação permanente e continuada devem
transportar consigo, na cabine, os medicamentos, contabilizados para o
total de dias da viagem, devendo sempre levar uma quantidade extra
(colocada na bagagem de porão) por uma questão de segurança.

- O médico assistente deverá passar um documento justificando o
seu uso e a necessidade de os transportar na bagagem de mão.

- Os viajantes com doenças crónicas devem ser vistos pelo médico
assistente e depois pelo médico de medicina do viajante, pelo menos, um
mês antes da viagem, já que algumas medidas vacinais e de prevenção
medicamentosa podem interferir com a medicação habitual prescrita e
haver, assim, necessidade de ajustamentos e correções.

- Os diabéticos devem transportar os sistemas de administração de
insulina e frascos adicionais de insulina, medidor de açúcar no sangue,
tiras teste para corpos cetónicos, açúcares de ação rápida, merendas, o
cartão de identificação de diabético e um kit para injeção de
glucagon, para utilizar em caso de hipoglicémia grave.

Texto: Ana
Lia Pereira
com Jorge Atouguia (infeciologista)