Ir a Roma e não atirar uma moeda para a Fontana di Trevi, visitar Veneza sem fazer o tradicional passeio de gôndola ou passar por Paris e não subir ao topo da Torre Eiffel ou passar em frente ao Moulin Rouge são apenas alguns dos clichés turísticos que muitos dos visitantes não dispensam. Mas, se alguns são aparentemente óbvios, existem outros em destinos menos conhecidos que também surpreendem pelas tradições que encerram.

São Petersburgo, a segunda maior cidade russa e a quarta metrópole mais populosa do continente europeu, uma das mais belas e encantadoras do norte da Europa, não é exceção. Embarque nesta aventura e descubra o que não pode (mesmo) deixar de fazer quando lá for de férias. Descubra, de seguida, as cinco ações mais típicas e insólitas a incluir nos seus planos de visita.

1. Fazer uma festa na estátua de um grifo

Percorrendo as diagonais da Nevsky Propspekt, a mais longa e animada avenida comercial da cidade, depois de passar a Catedral de Nossa Senhora de Cazã, encontra facilmente a famosa Ponte do Banco (na imagem), localizada nas proximidades do edifício que outrora abrigou o Banco de Transferências.

Os quatro grifos metálicos que a decoram constituem uma das atrações turísticas da cidade. Mas os turistas não se limitam apenas a observá-los e a fotografá-los. Manda a tradição que esfreguem as mãos nas asas douradas de uma das estátuas (pode ser qualquer uma) e que peçam um desejo.

2. Acertar com uma moeda no barrote de madeira do coelho sobrevivente

Num dos acessos à Fortaleza de Pedro e Paulo, a cidadela original de São Petersburgo, a pequena estátua de um coelho em pé em cima de um barrote de madeira surpreende os visitantes. Reza a história que, há muitos anos, chuvas intensas estiveram na origem de cheias e inundações que obrigaram à evacuação daquela ilha, matando as pessoas e os animais que não conseguiram fugir a tempo.

Aflito, um coelho terá conseguido manter-se à tona de água e saltado para um barco, salvando-se. O momento seria imortalizado mais tarde com a construção da estátua. Hoje, os turistas divertem-se a atirar para lá moedas. Diz-se que, se acertarem no animal ou caírem sobre a madeira, é sinal de sorte e fortuna. Pela mesma lógica, se forem parar à água, nem vale a pena apostar no Euromilhões.

3. Pedir um desejo a olhar para o céu

Os locais conhecem-no como Двор Ангела mas o Pátio do Anjo raramente aparece nos guias turísticos de São Petersburgo, apesar de figurar nalgumas das listas com os sítios mais românticos da cidade que podem ser consultadas na internet. Acessível através do pequeno túnel que existe no número 3 da Nevsky Prospekt, a principal avenida da cidade, este espaço tem a forma de um pentágono.

Quando se olha para cima, as paredes dos edifícios parecem formar as asas de um anjo, daí o nome. Manda a tradição que quem lá vai tenha de pedir um desejo olhando fixamente para o céu.

4. Dormir num mini hotel

Apesar da dimensão, São Petersburgo conta apenas com 16 hotéis de cinco estrelas. Em termos de alojamento, predominam os mini hotéis, casas de acolhimento privadas que muitas vezes não têm mais de meia dúzia de quartos, como sucede com a Casa Leto. Pernoitar num destes locais é outra das experiências que não pode deixar de vivenciar e este é um excelente local para o fazer.

Situado a poucos metros de Nevsky Prospekt, este «pequeno e luxuoso hotel privado», como se assume, preserva o espírito original da casa do século XIX que o alberga. Os tetos ainda estão decorados com os estuques originais e os quartos, mobilados de forma clássica, são espaçosos. Entrar no edifício, localizado na Bolshaya Morskaya, é como recuar no tempo.

O acesso é feito por um corredor que tem tanto de belo como de misterioso e que dá acesso a uma escada antiga. Lá dentro, o ambiente também é vintage. Além das habitações, os hóspedes têm acesso a uma sala de convívio com bar, onde podem relaxar como se estivessem em casa, pois é o que parece.

Na prática, é como se tivesse alugado um quarto em casa de alguém, mas a privacidade é garantida e o conforto e a tranquilidade também. Num dos apartamentos do prédio, que fica a escassos metros da grande fábrica de ovos Fabergé da cidade, residiu o famoso compositor Alfred Zimmerman. Alguns dos seus manuscritos foram descobertos durante as obras de recuperação do edifício.

5. Tirar uma fotografia com uma estátua

Tirar uma fotografia com a estátua de Ostap Bender, personagem popular de dois livros satíricos russos, é outra das coisas típicas a fazer em São Petersburgo. Localizada na Italyanskaya Ulitsa, uma rua situada nos arredores do Largo das Artes, a figura do homem em pé junto a uma cadeira já se tornou num dos símbolos alternativos da cidade.

Além de se sentarem na peça de mobiliário de bronze para a fotografia da praxe, os visitantes têm ainda outra missão. Devem esfregar o bolso do casaco e o nariz do homem para atrair a sorte. Não é, por isso, de estranhar que essas zonas apresentem uma coloração muito mais dourada do que as restantes.

As (outras) atrações turísticas que também tem de incluir no roteiro

Se optar por dormir na Casa Leto para viver intensamente a sua experiência em São Petersburgo, saiba que nas proximidades existem vários monumentos que não pode deixar de visitar. A Catedral de Santo Isaque, a maior e mais sumptuosa catedral ortodoxa da cidade, famosa pelos seus adornos bizantinos, está situada a apenas 290 metros, uma distância que se percorre a pé em menos de cinco minutos.

As cinco coisas mais insólitas que pode fazer em São Petersburgo

A Dvortsovaya Ploshchad, a famosa Praça do Palácio que dá acesso ao imponente e imperdível Museu Nacional do Hermitage, fica a 680 metros. Não deixe de admirar a sua impressionante Coluna de Alexandre, também conhecida como Coluna Alexandriana. Se continuar em direção à Nevsky Prospekt, a famosa e dinâmica avenida central da cidade, passe pelo edifício do Taleon Imperial Hotel, um dos marcos arquitetónicos da zona central de São Petersburgo.

A famosa e icónica catedral

Um pouco mais à frente, não deixe de visitar a famosa Catedral de Nossa Senhora de Cazã, um dos raros exemplos do estilo império trabalhados na Rússia imperial. Foi construída entre 1801 e 1811, pelo arquiteto Andrei Voronikhin para que servisse de abrigo à imagem da Nossa Senhora de Cazã. Após as guerras napoleônicas, tornou-se num memorial militar para celebrar a vitória russa.

Outro monumento religioso a não perder é a Catedral do Sangue Derramado, também conhecida como Igreja da Ressurreição do Salvador sobre o Sangue Derramado. Construída no local onde o czar Alexandre II da Rússia foi assassinado, vítima de um atentado no dia 13 de março de 1881, 1 de março no calendário juliano em vigor na época, é a igreja ortodoxa russa mais visitada e fotografada da cidade.

Durante a Segunda Guerra Mundial, uma bomba atingiu a cúpula mais alta da igreja, não explodindo. Só, 19 anos depois, quando um grupo de trabalhadores subiu ao topo para reparar as goteiras é que o engenho foi encontrado e retirado. Veja também a galeria de imagens do Corinthia Hotel St Petersburg, um cinco estrelas com vista para a avenida.