Quando visitamos um país, não são só as imagens visuais ou as pessoas que nos ficam na memória, os aromas que lá sentimos também. Se Portugal, cheira a mar no litoral, então o que dizer do cheiro a flores de Grasse em França, do odor a especiarias na marroquina Marraquexe, da fragrância da comida em Banguecoque na Tailândia ou ainda do cheiro a terra no Kruger Park na África do Sul?

E a lista continua porque, como escreveu Patrick Suskind no livro «O perfume», «as pessoas podiam fechar os olhos diante da grandeza, do assustador, da beleza, e podiam tapar os ouvidos diante da melodia ou de palavras sedutoras. Mas não podiam escapar do aroma. Pois o aroma é um irmão da respiração. Com esta, ele penetra nas pessoas, elas não podem escapar-lhe caso queiram viver».

1. O cheiro a perfume de Grasse em França

Situada na Côte d’Azur, em França, Grasse é conhecida como a capital mundial do perfume. A culpa, dizem, é dos seus campos de terra rica em oligoelementos que fazem nascer flores, como rosas, jasmim, nardos, violetas, mimosas e alfazemas. Todas elas aclamadas por perfumistas de todo o mundo e que, conta a história, serviram de inspiração para perfumes famosos, como o Chanel Nº 5 ou Eau Sauvage de Dior, só para dar dois exemplos.

Existem, em Grasse, mais de 30 fábricas de perfumaria que fazem perfumes para todo o mundo. Nelas, os visitantes imergem na misteriosa alquimia das fragrâncias, podem mesmo fazer o seu próprio perfume e fazer compras a preços de fábrica. Uma das mais famosas é a Parfumerie Fragonard, que homenageia o pintor Jean-Honorè Fragonard, ilustre habitante de Grasse, cuja casa é um museu. E, por falar em museus, o Museu Internacional da Perfumaria é obrigatório.

Depois, perca-se no centro histórico, admire e cheire os jardins e passeie pelo mercado gourmet de perfumes provençais, flores e roupa, todas as quarta-feiras de manhã. Para pernoitar, sugerimos La Cania, um bed & breakfast numa casa típica da Provença francesa, onde os quatro quartos têm nomes de pintores que passaram pela região.

A TAP e a easyJet são duas das companhias aéreas que têm voos diretos de Lisboa para Nice. No aeroporto, pode apanhar um autocarro para o centro de Grasse. A viagem demora cerca de 01h15 e custa à volta de 1,50 €. Veja a galeria de imagens com o encantamento eterno da Côte d’Azur para ver o que pode visitar na Riviera Francesa, nos arredores de Grasse.

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2. O aroma de especiarias de Marraquexe em Marrocos

Marraquexe tem muitos cheiros, mas o aroma das especiarias vence qualquer outro e entranha-se para nunca mais se esquecer. As lojas que as vendem estão por toda a cidade e até uma das praças famosas de Marraquexe lhes deve o nome, no entanto, os entendidos dizem que as melhores são as que se vendem em Mellah, o bairro judeu.

À portas das lojas são colocadas pirâmides tão coloridas como as especiarias, e o aroma que se sente é uma junção de cardamomo, anis, canela, pimenta, curcuma, só para dar alguns exemplos. E se lhe dissermos que a mistura marroquina de 35 especiarias, conhecida como Ras el hanout  faz milagres até em quem não sabe cozinhar? Acreditava? O seu sabor é inconfundível.

Outro aroma característico da cidade vermelha é o de comida, no maior restaurante ao ar livre do mundo, que na verdade são várias banquinhas postas na Praça Jemaa el Fna, património imaterial da Unesco desde 2008, todos os fins de tarde. Uma praça cheia de alma e única no mundo que enfeitiça quem por lá passa. Num passeio por Marraquexe, deve visitar ainda o jardim Majorelle, o Palácio Bahia, a Madraça Ben Youssef, a Fondation Dar Bellarj e os jardins da Menara.

Para ficar, além de um destes 5 riads de sonho, sugerimos o Riad Tchaikana, com cinco quartos todos diferente e situados no coração da Medina. A TAP é uma das companhias de aviação com voos diretos de Lisboa para Marraquexe. A forma mais simples de chegar ao centro da cidade é de táxi. A viagem custa, em média, cerca de 15 €.

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3. O inebriante cheiro a comida de rua de Banguecoque na Tailândia

Se há cidades onde a comida de rua é uma verdadeira instituição, Banguecoque está no topo da lista. Por isso, não é de admirar que cheire a comida por toda a cidade e acredite que dá vontade provar de tudo e nem o preço é um senão, pois pode comer uma refeição completa por cerca de 1 €. A única coisa a ter em atenção é optar por comida cozinhada para prevenir problemas de saúde e beber sempre água engarrafada e nada de bebidas com gelo.

Cheira a carne e peixe grelhados, a fritos, a erva-príncipe, uma das ervas aromáticas que mais usam na gastronomia tailandesa, o pad thai, a caril e a tantos outros pratos. As melhores zonas para a comida de rua é a zona de Sukhumvit Soi 38, China Town, Night Market e Banglamphu, sendo que esta última é a mais turística. Se quiser sentir o cheiro a flores não pode perder o Pak Khlong Talat, o mercado das flores, todos os fins de tarde, perto do rio.

Há flores de todas as cores e aromas, mas são as orquídeas que mais sobressaem. Mas estando em Banguecoque, é obrigatório também visitar o Grande Palácio e os templos Golden Mount, Wat Po, Wata Arun e ir ao Chatuchak Weeked Market, onde se pode comprar de tudo. Depois, descanse com uma massagem, em Banguecoque há ruas em que porta sim, porta sim é uma casa de massagens.

Para ficar, sugerimos o The Siam, que pode ver nesta galeria de imagens, uma luxuosa e requintada unidade hoteleira que até dispõe de um barco que transporta os hóspedes para o centro da cidade. Outra opção é o Luxx Hotel, um pequeno e charmoso hotel no centro da cidade. A Emirates Airlines é uma das companhias que voam de Lisboa para Banguecoque com escala no Dubai. Do aeroporto para o centro da cidade, apanhe o comboio. O bilhete custa cerca de 1,5 €.

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4. O aroma da terra no National Kruger Park na África do Sul

O cheiro a terra único é algo comum a quase todos os países africanos, quem já o sentiu não o esquece. E que sítio melhor para o sentir que o National Kruger Park, uma das mais antigas reservas naturais do mundo, onde é possível ver os chamados big five, isto é, leões, leopardos, búfalos, elefantes e rinocerontes, para além de girafas, chitas, crocodilos, hienas e hipopótamos. A flora da savana também é rica, são mais de 22 mil espécies que crescem por ali.

O National Kruger Park tem 350 quilómetros de comprimento e 60 quilómetros de largura, fazendo fronteira com Moçambique. Uma viagem que agrada a pequenos e graúdos que adorem animais. Um safari de um dia custa cerca de 97 €. Para pernoitar, sugerimos o Pestana Kruger Lodge, um resort no meio da savana africana para uma verdadeira experiência ao melhor estilo da National Geographic.

Apesar de existirem outras opções, pode viajar para Joanesburgo com a Emirates Airlines, com escala no Dubai, mas terá de fazer uma percurso de 400 quilómetros de carro ou em autocarro turístico ou minibus. O preço deste trajeto ronda os 60 € mas a viajem é compensadora.

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5. O cheiro das flores e do monói das ilhas da Polinésia Francesa

Tahiti, Moorea e Bora Bora são daqueles destinos que, sempre que os vemos na capa de uma brochura turística, nos fazem sonhar. O azul das lagoas, o verde da vegetação e as praias de areia branca a perder de vista transportam-nos para um ideal de férias paradisíaco. O que muita gente não sabe é que são também destinos que se destacam pela quantidade de flores que por lá existe.

A Gardenia tahitensis, também conhecida como flor de tiaré, é, a par do hibisco e do frangipani, muitas vezes apelidado de pluméria, uma das mais marcantes. Basta andar pelas ruas, pelas praias ou pelo campo para as ver e para sentir o aroma destas variedades botânicas, ao qual se junta muitas vezes a fragrância do monói, um produto de beleza que resulta da maceração de flores de tiaré em óleo de coco. Uma experiência olfativa inesquecível.

Para pernoitar no Tahiti, para onde a companhia de aviação Air Tahiti Nui voa diretamente a partir de Paris, sugerimos o InterContinental Tahiti Resort & Spa, um resort de luxo com uma piscina de água natural repleta de peixes coloridos. Em Moorea, o InterContinental Resort and Spa Moorea, com os seus bangalós que parecem flutuar sobre as águas da lagoa que circunda a ilha, é outra opção a considerar, assim como o Hotel Les Tipaniers, uma pequena unidade hoteleira com uma praia privativa que pode ver nesta galeria de imagens.

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Texto: Rita Caetano com Luis Batista Gonçalves