Originária da Bielorrússia, Yuliya Pozdniak veio estudar para Portugal há 14 anos no âmbito do Programa Erasmus. Gosto tanto do país que ficou. Hoje é um dos rostos da Fishartis, a empresa portuguesa que acaba de criar a app Flower Power – Home Garden, uma inovadora aplicação móvel para smartphones que pretende auxiliar os jardineiros de trazer por casa. «É um assistente personalizado criado para ajudar todas a pessoas que gostam de plantas mas pensam que é muito difícil cuidar delas», explica a responsável.

Disponível, numa primeira fase, apenas em inglês e russo, a app, que uma semana depois do lançamento, no início de outubro de 2014, já surgia em 11º lugar no top de vendas da Apple Store na Rússia, integra «um sistema flexível de dicas e notificações que permite ao utilizador estar sempre atento às necessidades da sua planta, bem como a tratar dela corretamente e a tempo», assegura Yuliya Pozdniak. Para levar o projeto a cabo, além de um investimento de 38.000 €, os técnicos cruzaram dados de 38 enciclopédias botânicas.

A base de dados que a suporta e que demorou cerca de seis meses a ficar concluída inclui cerca de 300 plantas, um número que não para de aumentar. «É um trabalho em contínuo. Estamos a receber pedidos para incluir plantas exóticas. Neste momento, temos 46 em processamento», revela a responsável, visivelmente satisfeita com o interesse que a plataforma tem gerado, sobretudo na Rússia, no Reino Unido e na Irlanda, onde foram convidados para estarem presentes como expositores no conhecido evento de empreendedorismo The Summit, a decorrer em Dublin entre 4 a 6 de novembro deste ano.

A preparação da versão portuguesa já está em curso. As traduções estão a ser feitas mas a data de lançamento ainda não está definida. A pressa também não é muita. «Não temos grandes concorrentes. Esta é uma indústria que ainda está pouco explorada», refere Yuliya Pozdniak. No futuro, além da criação de uma rede social para apreciadores de plantas, que permita às pessoas trocarem dicas entre si, a Fishartis planeia fazer a integração com uma plataforma de comércio elétronico.

Ao receber a notificação de que a sua planta necessita de ser adubada, por exemplo, o utilizador poderá adquirir um fertilizante sem sair da aplicação. «Sei que não vamos ficar ricos com isto», desabafa, contudo, a bielorrussa, que já se sente portuguesa. A inspiração para o projecto surgiu através do filme «Léono profissional» de Luc Besson e da sua própria experiência. «Ofereciam-nos flores para o escritório mas acabavam por morrer porque não sabíamos cuidar delas», admite.

Texto: Luis Batista Gonçalves