Os araçás maduros têm um aroma semelhante ao das goiabas maduras. Possuem vitamina A, B e C. São ricos em ferro, cálcio e fósforo, antioxidantes e óleos essenciais, que ajudam a combater a anemia, a fadiga, as inflamações, as gripes e constipações. Estes pequenos frutos , originários do Brasil, são parentes das goiabas (Psidium guajava). O seu cultivo é comum na Madeira e nos Açores, onde também já prosperam espontaneamente.

Neste artigo, quando mencionarmos araçás estaremos a referir-nos ao araçá-amarelo (Psidium cattleianum var. littorale) e ao araçá-vermelho (Psidium cattleianum var. purpureum), que são os que se encontram em hortos e jardins com maior frequência. Outras espécies de araçás são raras no cultivo em Portugal, embora o araçá-roxo (Psidium myrtoides) comece a surgir com mais frequência.

Este último é um araçá muito mais escuro do que o araçá-vermelho, com polpa rosada ou avermelhada, ao contrário do araçá vermelho que tem polpa branca. Possui poucas sementes de tamanho médio, ao invés de serem numerosas e pequenas, como nos araçás mais comuns em Portugal. O seu sabor também é bastante mais ácido. Embora sendo originários de zonas tropicais e subtropicais, os araçás adaptam-se com facilidade ao nosso clima.

Cultivo e colheita

Os araçás são plantas razoavelmente rústicas em Portugal, preferindo as zonas sem geadas do litoral e das ilhas, embora possam resistir a temperaturas baixas e mesmo geadas. O seu cultivo deve ser efetuado em solos profundos e bem drenados, ricos em matéria orgânica. Se o solo for demasiado barrento, podemos incorporar areia e composto para torná-lo mais leve e arejado.

Para facilitar a polinização, podemos plantar duas árvores relativamente próximas ou recorrer à polinização manual. Se houver muitos pássaros, podemos cobrir os arbustos com rede antipássaro, que é facilmente feita à mão, para não perdermos a colheita, quando os frutos estão respetivamente amarelos ou vermelhos.

Manutenção

São plantas muito exigentes em água nos meses quentes, pelo que devemos regar sempre que tal se justifique e em abundância. A poda deve ser efetuada no início da primavera, antes que se inicie a floração e enquanto as plantas estão dormentes. A fertilização pode ir-se aplicando a intervalos regulares durante a primavera e o verão. Convém sachar o solo, mas não demasiado fundo, para não danificar as raízes.

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Pragas e doenças

Os araçás-amarelos e os araçás-vermelhos são plantas muito resistentes a pragas e doenças. Uma das poucas que os afeta no nosso país são as cochonilhas-lapa. O facto de as suas folhas serem um pouco coriáceas afasta outras possíveis pragas, que, por exemplo, já afetam as goiabas e nem os caracóis e lesmas atacam as plantas adultas. Já as plantas jovens são vulneráveis às pragas com apetites mais vorazes, pelo que devemos protegê-las após a germinação.

Propriedades e usos

Os araçás maduros exalam um cheiro maravilhoso, semelhante ao aroma das goiabas maduras. Como são frutos que não têm grande longevidade após a colheita, convém consumi-los diretamente da planta ou pouco tempo após a colheita. Podem também ser transformados em doce e em araçazada, semelhante à goiabada.

Os araçás possuem muita vitamina C (mais do que a laranja) e também vitamina A e vitamina B. Têm ferro, cálcio e fósforo e também antioxidantes e óleos essenciais, que ajudam a combater a anemia, a fadiga, as inflamações e as gripes e constipações. Os araçás-amarelos são menos ácidos e mais saborosos do que os araçás-vermelhos.

Informações úteis

Com origem no litoral do Brasil e uma altura geralmente abaixo dos dois metros em porte arbustivo, esta variedade botânica pode ser podada para ficar mais alta, como arvoreta. A propagação é, geralmente, feita por semente. Raramente sucede por propagação vegetativa. O plantio ocorre preferencialmente na primavera ou no verão.

Esta planta prefere solos com boa drenagem, ricos em matéria orgânica e abrigados dos ventos. Em termos de clima, são plantas com alguma rusticidade no nosso país, sobretudo nas ilhas e litoral continental. A exposição preferencial envolve zonas de pleno sol ou sombra ligeira. A colheita tende a ter lugar no fim do verão e no início do outono. A manutenção exige capinagem, poda e fertilização.

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Texto: João Franco