A presença de água no jardim cria movimento, luz, som, proporciona tranquilidade,
harmonia e mais vida animal.

Planear um lago, fontanário, bebedouro ou cascata
pode tornar-se numa tarefa interessante se seguir os nossos conselhos.

O primeiro passo quando pensamos
em adicionar a presença da água ao nosso
jardim é verificar as condições existentes.


A água e os seus iões negativos têm efeitos
benéficos para o organismo e, por isso,
devemos pensar em que espaço do jardim
podemos melhor usufruir deste elemento. A localização, o relevo, as dimensões, as formas e os revestimentos a utilizar implicam decisões que necessitam de aconselhamento especializado. As plantas e os animais a utilizar no lago também não podem ser selecionados aleatoriamente.

Localização

A posição adequada para o seu lago ou fonte
de água é importante para evitar problemas
futuros. Escolha um local protegido do jardim
que não esteja exposto diretamente ao sol
durante todo o dia. Quatro horas diárias de sol
direto serão o ideal. Evita, assim, a perda de água excessiva por evaporação e a multiplicação
mais rápida das algas.

É igualmente importante localizar tubagens
de água, eletricidade, gás e telefone
subterrâneas para não interferir com a
construção.
Procure não localizar o lago por baixo
de uma árvore, sobretudo com ramos
pendentes. Estas bloqueam a luz necessária
ao desenvolvimento da maioria das plantas
aquáticas assim como alteraram a qualidade
da água e põem em risco a vida animal, pelo
facto de que algumas folhas de árvores como
os rododendros e laburnos serem tóxicas para
os peixes.

Relevo

Para que o seu lago ou jardim aquático possa
ter um aspeto natural, a escolha de uma
depressão ou de uma parte mais baixa no
terreno é fundamental. Se pensarmos na
natureza, encontramos os lagos e cursos
de água na parte baixa dos vales. Irá assim
poupar trabalho e tirar partido da topografia
natural do seu terreno.

Se o seu terreno é inclinado, aproveite
o que a natureza oferece e considere a
instalação de uma cascata na parte mais
elevada, ficando em destaque e beneficiando
da gravidade para produzir uma queda de
água. Conclusão, um efeito relaxante e o
aumento da oxigenação da água, importante
para a manutenção da vida animal. Imagine o
sorriso nos seus peixes.

Veja na página seguinte: As dimensões recomendadas

Dimensões

A água como elemento natural pode estar
presente no seu jardim em espaços com
dimensões diversas.


Se não tem espaço ou se o seu orçamento
não lhe permite a criação de um lago grande,
opte pela criação de um cenário diferente,
como é o caso de uma fonte de parede, um
lago em barril, um bebedouro ou mesmo um
antigo tanque de lavar a roupa. Deixe a sua
imaginação ajudar nesta tarefa.

Deve também adequar a escala do elemento
aquático ao seu jardim.

Por exemplo,
se tem uma área de jardim grande, com um
relvado extenso, árvores de grande porte e
outras estruturas tais como mobiliário ou
equipamentos, a presença de um lago com
dois metros quadrados torna-se desproporcional e não irá
sobressair no seu jardim.

Formas

Um elemento aquático pode ter as mais
diversas formas, mais naturais ou mais geométricas,
que deverão estar em sintonia com
o jardim. Tal como a água, a forma de um lago
deve ser a mais natural possível. Se possível,
utilize as formas naturais do terreno para definir
os contornos do lago ou jardim aquático.

Revestimentos

Consoante a utilização que quer dar ao seu
elemento aquático, a escolha do revestimento
irá variar. Alguns materiais possíveis:

- Revestimentos de tela plástica (liner) que
duram cerca de quatro anos, são flexíveis na forma,
fáceis de instalar e permitem aproveitar
espaços diversos.

- Lagos pré-fabricados de fibra de vidro ou
outros materiais de plástico são também de
fácil instalação e manutenção e mais adequados
para estilos formais. Tem uma durabilidade
maior que a tela plástica.

Plantas e animais

Para que o seu elemento aquático fique
completo, pode fazer uma seleção de peixes
de água fria (carpas), rãs e distribuir plantas
aquáticas numa proporção que permita a
entrada de luz necessária para os peixes,
criando abrigo contra os seus predadores.
Exemplos de plantas são os nenúfares,
carex, íris, prímula, entre outras, consideradas
aquáticas, semiaquáticas ou de zonas
pantanosas. Existem também espécies de plantas que
oxigenam a água, como é o caso da Chara
spp.
, da Ludwigia palustris e da Tillaea spp.

Texto: Bruno Aguiar (engenheiro do ambiente e de recursos naturais)