Chama-se KoiPark, fica em Almada e é o espaço ideal para os apaixonados
por peixes tropicais
e plantas raras.

Esta enorme loja, toda envidraçada, a fazer lembrar uma estufa, é também
um espaço de exposição de peixes e plantas exóticas.

À entrada, deixe-se
cumprimentar pela rara Victoria regia.

Siga o rasto das coloridas carpas Koi
e deleite-se com as formas únicas dos ciclídeos africanos. No lago aquecido, à entrada da loja, salta à
vista um exemplar de Victoria regia. Considerada
a rainha dos nenúfares, é uma
das espécies mais cobiçadas pelos amantes
de plantas aquáticas, atraídos pela sua
dimensão, pela morfologia das folhas mas
também pelas flores exóticas que encontra neste espaço comercial.


Veja a GALERIA DE IMAGENS DO KOIPARK

 

 

O nome é
uma homenagem à Rainha Victoria, que governou Inglaterra nos
anos 30 do séc. XIX. Ao que tudo indica, terá sido atribuído por
exploradores ingleses que trouxeram o primeiro exemplar deste
nenúfar tropical da América do Sul para a Europa, mais propriamente
para Kew Gardens, em Londres.

A explicação é dada por João Elvas, proprietário do KoiPark,
uma loja criada na última metade de 2009 que se dedica à divulgação
do mundo da aquariofilia e lagos. A curta existência do
espaço contrasta com a experiência do proprietário que, apesar de
ser médico de formação, se dedica há quase 40 anos à produção
de peixes e plantas para lagos.

«Existem duas espécies de Victoria regia, a amazónica (oriunda de
zonas quentes) e a cruziana (de zonas temperadas). O exemplar
do KoiPark é de Victoria cruziana, uma espécie muito difícil de
manter no exterior. Em Portugal, que eu tenha conhecimento, só
há um exemplar na estufa Jardim Botânico de Coimbra», assegura
João Elvas.

Veja na página seguinte: As espécies do lago de água quente

No lago de água quente, habitam outras espécies de arregalar
os olhos, o lírio-de-água (com as suas longas folhas e flores de
cores garridas), o papiro gigante (também conhecido como papiro
do Nilo) ou o inhame da espécie Black Magic que, tal como o
nome indica, trata-se de uma planta de cor negra.

Nele convivem ainda a lótus (considerada
sagrada na Ásia pela capacidade de se manter limpa e seca) e as sagitárias, indicadas para lagos mais pequenos, entre outras.
Além das aquáticas, a especialidade desta loja são as carpas Koi,
que, aliás, serviram de inspiração quando chegou a hora de dar
nome ao espaço.

O objectivo de João Elvas é dar continuidade
ao projecto de divulgação destas espécies de origem japonesa
em Portugal, um trabalho que leva a cabo há cerca de 30 anos.
Assegura mesmo ter sido a primeira pessoa no país a produzir
estes peixes e actualmente reproduz na sua quinta, uma
propriedade familiar com dois hectares localizada junto das
grandes superfícies comerciais de Almada, cerca de 100 mil
carpas por ano.

O fascínio pelas cores

Mas o que têm afinal estes peixes de fascinante que
acumulam legiões de fãs em todo o Mundo? «As carpas Koi,
Nishikigoi em japonês, são desenvolvidas no Japão desde o séc.
XIX e, através de várias mutações, foram adquirindo diferentes
cores e dimensões. É a panóplia de cores, o tipo de marcação
de manchas que desenvolvem e o tamanho que atingem, que
lhe conferem o seu valor», explica.

Uma carpa com 45 cm, disponível
no KoiPark, pode custar 300 euros. «Mas, nos leilões japoneses, o
preço destes peixes pode atingir 50 mil euros», sublinha. Hoje, a carpa é um
símbolo nacional no Japão e muitos especialistas dedicam a vida
ao aperfeiçoamento da espécie que pode atingir um metro de
comprimento.

A loja comercializa carpas tricolores, negras, com brilho
metálico, monocromáticas, malhadas, com caudas compridas e
muitas mais espécies para atrair todo o tipo de apreciadores.
No espaço exterior, além dos lagos com plantas, existem
outros com aves ornamentais, como cisnes brancos e pretos e
patos mandarins e carolinos.

Peixes exóticos

Além destes peixes de lago, João Elvas produz espécies para
aquários. Os mais procurados são os ciclídeos africanos e
sul-americanos porque são muito coloridos, fáceis de manter
e resistentes. Mas são também espécies muito agressivas e
territoriais.

O segredo é colocar muitos peixes no mesmo aquário
com dimensão razoável. Mais de 200 litros, pelo menos. Assim, distribuem a
agressividade entre si, confidencia o proprietário do Koipark. Colocar plantas aquáticas em aquários com cíclídeos também
não se revela boa ideia. Os animais são vegetarianos. «Com
rochas e troncos, fazem-se aquários muito bonitos», afiança. Existem, depois, os peixes úteis, indispensáveis em qualquer aquário.

Veja na página seguinte: As espécies limpadoras

Essas são as espécies chamas limpadoras, como os loricarideos da Amazónia (que comem as algas e limpam a água), as oteas (que devoram os
caracóis nocivos) ou os cascudos, uma espécie sul-americana da
família dos loricarideos que limpa os vidros do aquário.

Como não podia deixar de ser, as crianças deixam-se
encantar neste espaço.

Por isso, a loja tem uma vertente didáctica.
Há vários aquários de exposição que pretendem mostrar a fase
adulta dos peixes que são levados para casa ainda pequenos.

«A vida num aquário é uma lição de ecologia», assegura o proprietário do KoiPark. Ostentam várias composições porque têm como objectivo sugerir diversas opções de decoração. «Estão na moda aquários só com plantas, pequenos
peixes e camarões. É difícil de manter mas o resultado é muito
bonito», sugere.

KoiPark
Quinta dos Espadeiros - Almada
Telefone: 212 501 659
Área: 2ha
Internet: www.koipark.pt

Texto: Rita Gonçalves
Fotos: Luís Melo