Um solo fértil deve ter capacidade para fornecer às plantas os nutrientes que estas necessitam, de forma equilibrada. Sempre que não tenha essa capacidade, é necessário recorrer à utilização dos fertilizantes. Podemos definir fertilizantes como sendo substâncias que se aplicam ao solo e/ou à parte aérea da planta com o objetivo de melhorar a sua nutrição e a sua (re)produção. A nutrição mineral de um relvado, um processo muitas vezes descurado, serve dois fins maiores:

- Dar força ao relvado e adensar o seu desenvolvimento, imprimindo-lhe mais resistência às condições de secura e às doenças, infestantes, musgos e ao pisoteio intenso.

- Manter o bom aspeto, coloração e textura. Como desvantagem da fertilização, aponta-se o ritmo do crescimento do relvado, o que implica a necessidade de cortes mais frequentes.

A adubação é uma prática não só necessária como essencial para o crescimento, floração, frutificação e multiplicação saudável da planta, repondo no solo os nutrientes de que as plantas necessitam. Os adubos que contêm azoto (N), fósforo (P) e potássio (K) são os mais indicados. A proporção e o tipo de nutrientes existentes no adubo vêm inscritos no rótulo da embalagem e sempre pela ordem referida NPK. Por exemplo, 20-5-7 indica um adubo rico em azoto.

A indicação 7-7-7 significa que o adubo contém partes iguais dos três nutrientes. Deverá utilizar, de preferência, um adubo de libertação progressiva que produz um efeito mais duradouro sem risco de queimar a relva. Esta nova tecnologia, muito usada, consiste em envolver um granulo de ureia com várias camadas de um polímero inorgânico consoante a longevidade que se pretende para o fertilizante, de forma a que uma vez no solo esta cápsula absorva água do solo.

Ao fazê-lo, vai dissolvendo gradualmente o azoto no seu interior e iniciando com o solo um processo osmótico, o que resulta na libertação contínua e uniforme do azoto encapsulado para o solo, um processo que favorece o crescimento da área relvada. É essencial que esta distribuição se processe de uma forma uniforme e rigorosa, dado que a aplicação de fertilizantes em excesso pode queimar e até mesmo, em situações mais extremas, matar a relva, como por vezes sucede.

Primavera e outono são épocas de intenso crescimento vegetativo

Nestas alturas do ano, os relvados deverão ser adubados sob condições climáticas suaves e pluviosas, com fertilizantes com elevado teor em azoto, um procedimento que favorece a divisão celular e, consequentemente, a formação de todas as partes novas da planta. Este gesto tem ainda outras vantagens que muitos especialistas enaltecem. Para além de estimular um rápido crescimento, também potencia o aparecimento de uma coloração num verde mais escuro.

Ao optar por este procedimento, deve considerar, também, a hipótese de aplicar um produto combinado com um herbicida. Existem atualmente à venda no mercado muitos que pode usar. Em caso de dúvida, aconselhe-se com um especialista num dos inúmeros estabelecimentos que o comercializam. O controlo da vegetação infestante pode ser mais eficaz se o combate ocorrer quando o relvado e as plantas espontâneas estiverem em pleno e vigoroso crescimento.

Verão e inverno são períodos de maior stresse vegetativo dos relvados

Nesta altura do ano, verifica-se um declínio no crescimento do relvado, devendo-se optar pela utilização de um fertilizante equilibrado, no que respeita à percentagem de azoto e potássio. O potássio tem uma ação fundamental para fortalecer as raízes, visto que nesta altura do ano as plantas encontram-se em maior stress vegetativo e consequentemente em menor crescimento, além de que dá mais resistência à planta, preparando-a para as condições adversas do inverno.

Texto: Rita Cordeiro