A bananeira, pertencente ao género Musa, é uma das espécies exóticas mais interessantes para cultivo em Portugal. Não é uma árvore mas, sim, uma herbácea de grande porte e crescimento rápido. O seu tronco não é lenhoso. É originária da Ásia, sobretudo do sudeste asiático e das Filipinas, mas espalhou-se de forma incrível por todas as regiões tropicais e sub-tropicais do mundo.

Hoje, a banana é uma das frutas tropicais mais cultivadas e consumidas. Os portugueses contribuíram bastante para a sua divulgação nas ilhas atlânticas e na américa do sul. Em Portugal, a bananeira é cultivada em escala comercial na ilha da Madeira, onde existem bananais de grandes dimensões, mas também pode ser cultivada com sucesso no continente.

Dá-se, sobretudo, em locais onde não haja geadas e frios intensos, especialmente em localizações abrigadas, viradas a sul e protegidas dos ventos. Convém ter um espaço de alguns metros quadrados disponível, pois a bananeira multiplica-se e espalha-se muito facilmente por rebentos subterrâneos, que dão origem a novos pseudo-caules, ocupando em poucos anos largos metros quadrados.

A bananeira é uma planta de cultivo fácil, que além de todas as vantagens do fruto, ainda permite criar um recanto tropical no nosso jardim. Depois de ingerido o fruto, as suas cascas podem ser aproveitadas para fazer fertilizante natural. O ideal é cortá-las em tiras finas e enterrá-las no pé das espécies botânicas que cultiva. As roseiras são das flores que mais beneficiam com este gesto mas não são as únicas.

Características, qualidades e utilização

A bananeira, normalmente, atinge entre dois metros e meio a três metros de altura, mas pode chegar até aos nove metros nalguns casos. O seu fruto, a banana, pode ser consumida de várias maneiras. Em Portugal é, sobretudo, comida fresca, ao pequeno-almoço, à sobremesa ou ao lanche. Noutros países, é muito consumida seca. A banana é um fruto muito rico em energia e também em várias vitaminas e minerais.

Além de vitaminas A, B e C e ferro, também fornece magnésio, manganês, zinco e potássio. Deste último, é uma das principais fontes. Ajuda a baixar a tensão arterial, facilita a digestão e fortalece os ossos, entre muitos outros benefícios. Noutros países, também as folhas, a flor ou o tronco da bananeira são consumidos. Faz-se farinha de banana ou até bebidas alcoólicas, como a afamada cerveja de banana.

A banana cultivada em Portugal é muito diferente em sabor e textura daquelas que usualmente importamos. As variedades importadas, quase exclusivamente só uma variedade, são selecionadas em função do seu aspeto e tamanho e não possuem sementes. Além disto são colhidas verdes devido à necessidade de aguentarem o longo transporte.

São também sujeitas às insalubres fertilizações de um cultivo intensivo, pelo que o seu sabor é muito mais suave. Podemos obter frutos muito mais doces e saborosos no nosso quintal. A Índia é o país que produz mais bananas, embora seja o Equador o maior exportador. No território continental de Portugal, a bananeira apenas se produz nos meses mais quentes, a menos que seja cultivada em estufa.

E se plantasse uma bananeira no seu jardim?

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Propagação, produção e cuidados de manutenção

A propagação da bananeira pode ser feita através de semente, o que é mais difícil e menos comum. Pode também ser feita a partir dos rebentos subterrâneos que emergem, popularmente chamados de filhos. A melhor altura para propagar a bananeira é a partir de março. Podemos adquirir bananeiras de qualidade em qualquer bom centro de jardinagem, usar filhos ou até sementes.

A maneira mais simples de ter sucesso é plantar uma bananeira já com trinta ou quarenta centímetros de altura, numa cova bem estrumada e com a terra bem mexida para facilitar o enraizamento. A bananeira é uma planta vigorosa e de crescimento rápido, que num espaço de um ano, ou até menos após o plantio pode produzir. Cada bananeira ou, melhor dito, cada pseudo-caule produz apenas um cacho de bananas.

Um cacho pode ter até cinquenta quilos, após o que morre, deixando já muitos outros pseudo-caules mais jovens, que por sua vez produzirão a breve trecho. É fácil assim obter um bananal com grande impacto visual em relativamente pouco tempo. As bananeiras são principalmente afetadas pelo vento e pelo frio. Temperaturas abaixo dos 4º C podem revelar-se fatais.

As variedades de bananas mais comuns

Ao contrário de outras variedades botânicas, não é das mais exigentes. Relativamente às pragas, a bananeira é relativamente resistente, sendo sensível a tripes, nemátodos e ao aranhiço vermelho. As bananas mais consumidas são essencialmente variedades da Musa acuminata, mas existem outras espécies e híbridos com frutos comestíveis, entre elas a Musa x paradisiaca.

Há duas grandes distinções a fazer, entre as bananas que são consumidas em fresco e as bananas que são consumidas cozinhadas ou secas. Em língua inglesa, têm nomes distintos até, banana e plantain. Este segundo tipo de banana, que podemos designar em português por banana-pão, pode ser cozinhado em diversos estados de maturação, do verde ao maduro.

Esta variedade é normalmente cozida ou assada, mas também pode ser frita. É assim que é, ainda hoje, consumida em muitos países. As que costumam aparecer no mercado português, são bananas-pão de grandes dimensões, que se caracterizam também por terem uma casca mais rija do que as bananas para consumo em fresco. O sabor e a textura, apesar de algumas semelhanças, são também eles diferentes.

De entre as bananas para consumo em fresco, podemos destacar variedades como a banana-maçã, a banana-ouro, a banana-prata e o bananito, uma banana pequena, pouco mais longa que um dedo, além da omnipresente Cavendish e da banana-rosa, uma deliciosa banana de polpa muito doce e saborosa, que vale a pena experimentar.

Texto: João Franco (criador do blogue Maracujá e Amigos e autor de dois livros sobre passiflora) com Luis Batista Gonçalves (edição digital)