Lançada em 2014, a Wings for Life World Run veio sem dúvida introduzir um novo conceito de corrida. A ideia surgiu entre os corredores do aeroporto de Moscovo que se questionaram se seria possível, pela primeira vez, organizar uma corrida simultânea em diferentes pontos do globo? A questão foi respondida afirmativamente por Anita Gerhardter, a CEO da Fundação Wings for Life. Assim, estava encontrada uma forma de mobilização planetária para encurtar a distância que separa a ciência da cura das lesões na espinal medula, a principal razão de existir desta organização sem fins lucrativos sediada na Áustria.

Nas três edições até agora realizadas (2014, 2015 e 2016) estiveram envolvidos um total de 280 mil participantes de 193 países, que correram por aqueles que não podem em 38 localizações dos seis continentes. Esta impressionante mobilização planetária resultou em 13.8 milhões de euros, que foram canalizados para apoiar a investigação científica, que está a desenvolver esforços para tornar possível a cura das lesões na espinal medula.

Além do insólito facto de milhares de pessoas correrem precisamente ao mesmo tempo em diferentes latitudes, o conceito de Carro Meta - que inicia a sua perseguição 30 minutos depois da saída do pelotão aumentado progressivamente a velocidade -  veio fazer a diferença. Em vez de uma distância fixa, como é habitual na corrida, é a meta a perseguir os corredores!

Em 2017, o conceito ganha uma nova dimensão com a aplicação Wings for Life World Run APP que permite a participação de qualquer pessoa, em qualquer lugar. Para isso basta apenas fazer o download gratuito da app em www.wingsforlifeworldrun.com e os interessados podem juntar-se por via digital ao pelotão global no dia 7 de maio, às 12 horas de Portugal continental. A nível nacionaç há a registar a organização espontânea de encontros para correr com a Wings for Life World Run APP, em Lisboa, em Lousada e em vários pontos do país, através dos grupos da Federação Portuguesa de Atletismo.

Portugueses pelo mundo

No ano passado, Portugal brilhou na classificação da Wings for Life World Run – com vencedores em quatro corridas: Porto (António Sousa e Vera Nunes), Dubai (Hélder Santos) e Niagara Falls (Doroteia Peixoto). O prémio para estes Campeões Nacionais é poderem correr em 2017 numa localização à escolha.

António Sousa, que começou por vencer a primeira edição portuguesa da Wings for Life World Run em 2014 (Comporta) e voltou a dominar no ano passado no Porto, classificando-se no Top 10 mundial, vai estar no dia 7 de maio na África do Sul, mais concretamente em Pretória. “Acima de tudo vou pela causa, mas gostava obviamente de ser capaz de superar a minha marca de 2016”.

Vera Nunes apostou em ir correr à Austrália, com encontro marcado para Melbourne. “O meu objetivo é sempre fazer melhor e por isso parto com a missão de acrescentar alguns quilómetros ao meu resultado do Porto”.

Melbourne é também o destino de Hélder Santos (SCP), que dominou no ano passado no calor intenso do Dubai. “Penso que a principal dificuldade vai ser a diferença horária em relação a Portugal, essa habituação não é fácil. Mas, como sempre, vou correr para dar o meu melhor!”.

Finalmente, Doroteia Peixoto decidiu correr este ano em Viena (Áustria). “Desta vez vou mesmo pela causa, pois tenho uma maratona muito importante de apuramento para o Campeonato do Mundo apenas uma semana antes. Quero correr descontraída e continuar a fazer parte deste incrível movimento!”.