A similitude é o princípio que se encontra na base da homeopatia.

«Para curar um doente o homeopata prescreve-lhe a substância capaz de provocar nele os sintomas que apresenta», descreve Alain Horvilleur, fundador da Organisation Médicale Homéopathique Internationale, na obra «A Homeopatia», publicada pela editora Sinais de
Fogo. «Eis um exemplo, o veneno de abelha provoca na pele um pequeno inchaço rosado. De acordo com a lógica homeopática, quando um pequeno inchaço rosado aparece na pele de um doente, nós tratamo-lo com o medicamento homeopático tirado da abelha», refere ainda.

Essa substância que produz os sintomas da doença é administrada em doses extremamente reduzidas, em forma de gotas ou pílulas. A maioria é obtida a partir de plantas, animais ou minerais, sendo diluída de tal forma que, no final, muitos medicamentos homeopáticos não contêm uma única molécula da substância inicial.

Terapia de apoio

É baixa a probabilidade de os medicamentos homeopáticos provocarem reacções adversas, desde que adoptados sob supervisão de um homeopata credenciado e experiente.

Ainda assim, os especialistas aconselham que não se recorra a este tipo de terapia em substituição da medicina convencional, especialmente se a pessoa sofrer de patologia mais graves, como diabetes ou doenças do foro cardiovascular.

As descobertas da ciência

Os resultados dos estudos são contraditórios. Alguns deles concluíram que não há dados que sustentem a eficácia da homeopatia (por exemplo, em relação à asma), enquanto outros encontraram efeitos positivos originados por esta terapia (por exemplo, na redução da duração da gripe, melhoria de problemas digestivos no caso de crianças com diarreia, vertigens).

Um estudo publicado, no final da década de noventa, no The Lancet analisou os resultados de dezenas de ensaios clínicos e chegou à conclusão que os tratamentos homeopáticos são mais eficazes do que os placebos, mas não se conseguiu apurar porque razão esse facto acontece.
Sabia que os medicamentos homeopáticos...

- São mais de 3000

- Os seus nomes são sempre apresentados por uma abreviatura

- Porque não podem entrar em contacto com metais, são tomados com ajuda de uma colher de pau

- Resultam de uma mistura de extractos do ingrediente natural com álcool e água, repousando durante duas a quatro semanas. Essa solução é agitada, filtrada, coada e diluída

- A sua acção é anulada pelo café, álcool, óleos essenciais, condimentos de hortelã

- Existem sob a forma de gotas, granulado, pó ou comprimidos

- Antes de serem engolidos, devem permanecer na boca durante algum tempo, para facilitar a sua assimilação
Texto: Nazaré Tocha