Não existe certo ou errado, esta ou aquela hora para fazer esta meditação e pode fazê-la apenas por alguns minutos. É muito fácil, e eu gostaria que disponibilizasse uns momentos para poder praticá-la.

Não pode estar a conduzir ou a fazer algo para o qual tenha que ter os olhos abertos.

Por isso, pode fechar os olhos, pois ao fazer isto os sentidos relaxam um pouco mais. É bom sentar-se com as costas direitas para que esteja mesmo focado no aspeto consciente desta meditação.

Assim, enquanto se senta, feche os olhos, leve um tempo para inspirar, até a respiração se pode tornar exterior a si próprio. A inspiração é muito importante, por isso não inspire de uma forma automática e mecânica, pois aí a sua atenção estará sempre a dirigir-se para aspetos exteriores. Quando inspira estará a trazer tudo o que o rodeia um pouco mais para perto de si.

Basicamente está a dizer a si próprio “eu permito que o meu coração se sinta mais íntimo com a vida. Permito que o meu coração seja mais vulnerável às ondas que vão e vêm, que a vida está sempre a criar à minha volta, sem medo”.

À medida que inspira é possível que sinta medo. Ao fazer uma inspiração profunda o que está fazer é deixar que o medo saia do espaço que ele ocupa nos sentimentos. Se inspirar profundamente o que estará a inspirar é uma força vital que é bastante vibrante.

Inspire profundamente e ao expirar largue tudo simplesmente... Deixe ir... Expire e largue tudo. Imagine todos os aspetos da sua vida que estão num turbilhão à volta da mente, ou que lhe estão a ocupar o espaço do coração, ou que estão a ocupá-lo a si, ou a stressá-lo, ou a criar-lhe tensão. Imagine. A imaginação é muito poderosa. Imagine que através da expiração a tensão move-se para fora do seu corpo, dos seus sentimentos e da sua mente. É necessário um pouco de disciplina para fazer isto já que é tão fácil distrair-se com outro pensamento, outro sentimento, outra situação, outra ideia, outro sonho. Em vez de fazer isto, basta ter a intenção tão clara de modo a que tudo o que aconteça agora é o que você está a deixar ir e a tornar-se um canal, tornando-se um veículo aberto para o aspeto divino do seu coração. Largue o que é mundano; não interessa que seja importante, mesmo que sejam questões práticas com as quais tenha que lidar.

Dê ao seu coração um momento para relaxar profundamente, para voltar verdadeiramente a ele próprio, de modo a que não esteja a fazer nada, apenas a respirar profundamente outra vez.

Veja na próxima página a continuação do artigo.

E enquanto respira profundamente, não tente mudar nada, não tente mudar os pensamentos ou os sentimentos. Simplesmente permita que a vibração da inspiração preencha o seu corpo.

Ao fazer isto, o que está a acontecer é que está a ajudar o seu corpo a mover-se para uma vibração mais alta, para um estado mais elevado do ser, e esta é a única forma possível para mudar qualquer situação à sua volta.

O intuito é mover-se para além disto, de forma a não ficar agarrado, a não ser apanhado, preso ou limitado a o que quer que seja que a vida lhe atire, mas sim para largar completamente enquanto respirar, exceto a gratidão de estar vivo, pois isso é tudo o que importa neste momento.

E este momento é a sua respiração. À medida que inspira, nada mais tem importância, porque na respiração há um momento entre inspirar e expirar onde pode ficar parado, quieto. E nessa quietude há um espaço aberto, há um sentimento que vai para além dos sentimentos humanos. Há uma profundidade, um sentimento divino que começa a borbulhar para cima, vindo das profundezas até este ser maravilhoso que é você. O aspeto humano que é você. E vai começar a sentir-se melhor. É assim que a transformação começa.

Transforma-se através da alegria e da felicidade para que esta linda vibração se torne mais na sua realidade. Depois as coisas começam a mudar e a sabedoria vem até si de uma forma forte e, então, os outros sentidos, os sentidos mais subtis, estão abertos. É assim que abrimos os outros sentidos e eles começam a permitir que a energia divina flua através das glândulas e dos orgãos do corpo, incluindo a mente e o coração, de forma a permitir que estes aspetos de si próprio se apercebam, enquanto sente esta gratidão e vivacidade deste momento, o que é realmente importante e o que é simplesmente karma, o que é simplesmente uma ação que não o leva a lado nenhum.

Quando sabemos que o tempo é precioso, quando sabemos que a vida é preciosa, utilizamos este presente de uma forma muito especial. Não desperdiçamos, não criamos limitações à volta disto. E, na expiração, deixamos ir tudo o que possa impedir este sentimento. Agora que começou a ter este sentimento, tire alguns momentos para trazer a sua consciência de volta à área do coração, o ponto de energia do coração. Sinta isto no peito e perceba que não está só, que por estar a fazer isto está a ligar-se a muitos, muitos seres conscientes à sua volta e que neste momento estão a celebrar o Divino, e você foi simplesmente convidado para esta celebração.

Por isso o que mais pode fazer? Quando inspira e expira sente-se bem, e há felicidade dentro do seu coração. Celebre e convide mais pessoas para este espaço maravilhoso que está sempre em expansão, que vai para além das limitações da mente, e que não pode ser compreendido por ela, que está para além das limitações dos sentimentos negativos, do egoísmo, da insegurança, da falta de autoestima, de todos os aspetos humanos que são importantes mas que não nos levam a lugar nenhum: liberte-os. Ao mover-se para um espaço de celebração, leve algum tempo para trazer esta consciência, mesmo que seja só no mundo imaginário, leve algum tempo para trazer esta consciência para todo o seu ser. Toda a fisiologia do corpo vai começar a mudar."

Tony Samara

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