Facilmente entendível, as impurezas físicas nas nossas células têm o seu equivalente na mente. Por outras palavras, o temor, a raiva, a avidez, a compulsividade, o ciúme, a dúvida, e outras emoções negativas, são impurezas psíquicas que intoxicam a mente e turvam a nossa postura interna e externa, endógena e exógenamente, afectando a nossa vida e a nossa auto-realização a todos os níveis. Quando operando a nível quântico, a nível energético, essas “toxinas” podem ser mais destrutivas do que qualquer toxina química. Como bem poder-se-á imaginar, a ligação mente/corpo transforma atitudes negativas em toxinas químicas, isto é, nas chamadas “hormonas do stress” que têm sido relacionadas a tantas patologias.

As muitas técnicas de meditação são praticadas há milhares de anos. Inicialmente, o seu objectivo era ajudar as pessoas a aprofundar o seu conhecimento sobre as “forças sagradas e místicas” da vida. Ainda, para muita gente, a meditação continua sendo uma prática espiritual e religiosa. As variações da prática de meditação estão presentes em todas as religiões do mundo. Mas, felizmente, para um crescente número de pessoas a meditação serve para “limpar” a mente e focar a atenção no momento.

A meditação é uma prática da Medicina Complementar e Integrativa, que se encaixa na categoria de técnicas do corpo e da mente. Este tipo de terapia – reforça a comunicação entre o corpo, a mente e a psique. Há diferentes “caminhos” para a meditação. Geralmente, quando o indivíduo está meditando, está concentrado. O foco da sua concentração pode ser qualquer coisa – um objecto, um som, ou mesmo, a sua própria respiração. A meta da meditação é, sem sombra de dúvida, o enfoque da atenção naquele particular momento, tirando as preocupações da mente.

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A meditação não é usada no lugar das terapias tradicionais, como os medicamentos que qualquer médico prescreve. Ao contrário, dever-se-á utilizá-la como complemento de outros tratamentos. A meditação também pode ser usada por pessoas com perfeita saúde, como meio de reduzir o stress do dia-a-dia e todos os transtornos provocados pelo mesmo, tal como o envelhecimento precoce.

O “Departamento de Ciências Psiquiátricas e do Comportamento” da Universidade de Emory, em Atlanta – Estado Unidos da América, tem desenvolvido nas últimas décadas um intenso e rigoroso estudo sobre a Meditação e a Saúde, tendo chegado à conclusão que uma boa prática de meditação diária, sob a superintendência de pessoa devidamente habilitada e com muita experiência, pode grandemente beneficiar a saúde no seu todo, desde reduzir o stress diário até ao melhoramento da função cognitiva dos indivíduos de todas as idades. Nestes estudos, examinaram in loco como a prática regular da meditação afecta positivamente o normal declínio da zona cinzenta do cérebro relacionado com a idade. Assim, esse importante departamento de investigação concluiu, que a regular prática diária da meditação tem efeitos neuro-protectores e pode reduzir a decadência cognitiva associada com o envelhecimento normal. Para além desta excepcional conclusão científica, verificaram outras importantes preponderâncias na saúde, tais como: na hipertensão arterial, na hipercolesteremia, na ansiedade, na depressão (tanto endógena quanto exógena), em algumas patologias cardiovasculares, nas alergias, na asma, nas dores crónicas, nas artrites, entre tantas outras deficiências de saúde.

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Ditosamente, aos poucos a prática da meditação tem sido mais divulgada hoje em dia, até pelos colegas alopatas é muito mais conhecida e adoptada. Lembro que, há vinte e oito anos atrás, quando comecei a minha prática profissional em Portugal, precisamente aqui nos Açores, tudo sobre esta matéria era desconhecido e até repelido como algo “demoníaco”... Enfim, coisas de outros tempos e de outras mentalidades! Mas, apesar da moderna e positiva atitude para com a sua prática, mesmo na área terapêutica, e além de fazer parte da humanidade há séculos, ainda hoje em dia encontramos muitas pessoas que por falta de informação adequada deixam de beneficiar desta maravilhosa técnica milenar.

Realmente, não podemos negar que o mundo hoje invade o nosso quotidiano e até mesmo os nossos momentos de descanso e satisfação com pressões que se acumulam todos os dias e a todas as horas, tumultuando a nossa mente, tornando assim cada vez mais difícil retorcer para dentro de nós mesmos e visualizar as causas das nossas angústias. Também, sabemos que as respostas para a maioria das nossas perguntas estão dentro de nós, mas as pessoas insistem em buscar as respostas adequadas fora delas, demorando cada vez mais para se encontrarem. E a meditação é um dos caminhos para esse “encontro” com nós mesmos. A prática diária da meditação ajuda-nos a limpar a mente, ampliando a capacidade de lembrança, proporcionando prodigiosos insights que podem ajudar a resolver muitos problemas que parecem não ter solução. E tudo começa com o fechar dos olhos, ou então, deixá-los semi-cerrados, relaxando os músculos, tranquilizando a respiração. Como poderão verificar, tão simples e tão poderoso! Contudo, algumas pessoas que eu bem conheço, e outras tais que nunca se acercaram, alegam que não meditam por falta de tempo, mas se precisam ir consultar o médico, conseguem logo um tempinho, depois mais outro tempinho para irem à farmácia comprar os remédios, que quase sempre são paliativos, quando possuem um recurso poderoso, que só depende delas e ainda assim, vão tão longe... Mas isso faz-nos reflectir o quanto essa questão está totalmente relacionada com a falta de confiança em si mesmo. É preciso quanto antes reflectir sobre este tão importante assunto!
Bem Hajam!
Carlos Amaral

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Convidado Carlos Amaral

O Autor:

Carlos Amaral, Venerável Lama Khetsung Gyaltsen

Mestre em Naturopatia;Especializado em Medicina Ortomolecular; Medicina Homeopática; Medicina Homotoxicológica; Medicina Ayurvédica e Tibetana;Doutorado em Religiões Comparadas e em Metafísica;Investigador em Psicologia Transpessoal & Regressão Memorial;Professor de Budismo, Meditação Tibetana, Raja-Yoga, Kryia-Yoga e Karma-Yoga; Autor e Palestrante.

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