A Segunda-feira, dia da Lua, é representada por Luna e Mani, dos panteões romano e nórdico respectivamente. Luna, para os romanos, era uma personificação da própria Lua, que era associada a aspectos de algumas deusas, como Diana e Juno. Mani é, também para os nórdicos, a personificação deste astro. Assim, na maioria das línguas de ambos os ramos linguísticos, este dia significa “Dia da Lua”.

Terça-feira tem a energia guerreira e activa de Marte, deus da guerra do panteão romano, enquanto Tyr é o deus guerreiro dos nórdicos. A Runa Tiwaz - uma das 24 letras/runas do antiquíssimo alfabeto nórdico Elder Futhark - está-lhe associada, e a sua energia e significado relacionados com o deus Tyr. O seu símbolo é uma seta virada para cima, que representa, tal como no símbolo astrológico de Marte, uma energia fortemente direccionada. Nas línguas românicas este é o dia de Marte (“Martes”, espanhol; “Mardi”, francês). Nas línguas germânicas, o nome deste dia significa “Dia de Tyr” (“Tuesday”, inglês; “Tirsdag”, dinamarquês, etc).

Quarta-feira era o dia de Mercúrio para os romanos e de Odin para os nórdicos. Tácito, o célebre historiador romano, escreveu na sua obra Germania (séc. I d.C.) que Mercúrio correspondia ao deus Odin dos nórdicos, apesar de historiadores mais recentes discordarem. Ambos os deuses vagueiam pelos céus, possuem um capacete e carregam um bastão (o caduceu de Mercúrio). Ambos são também conhecidos por serem deuses de acção rápida, possuindo reconhecidas qualidades enquanto mensageiros. A maior diferença entre ambos é que Odin é o deus principal do panteão nórdico - considerado o Pai de todos os deuses - e nesse sentido a sua correspondência seria mais a Júpiter (ou Zeus, para os gregos). Nas línguas românicas este é o dia de Mercúrio (“Mercoledì”, italiano; “Mercredi”, francês). Nas línguas germânicas, o nome deste dia significa “Dia de Odin/Wotan” (“Onsdag”, sueco; “Woensdag”, neerlandês). Existe uma Runa de Odin, nem sempre considerada – também chamada de “Runa do Destino” - que não apresenta qualquer símbolo. Representa o Tudo e o Nada, o vazio cheio de possibilidades, uma mudança radical e por vezes a morte.

A Quinta-feira é um dos casos em que as correspondências são mais óbvias. Júpiter é o deus romano do trovão e dos relâmpagos, tal como Thor, dos nórdicos. Quando os germânicos adotaram o calendário romano, verificaram as semelhanças entre ambos os deuses e substituíram Júpiter pelo seu próprio deus, Thor, e é assim que ainda hoje a quinta-feira é o “Dia de Thor” (“Thursday”, inglês; “Torsdag”, dinamarquês, etc). Thurisaz é a Runa de Thor – Þórr (a primeira letra é o símbolo desta Runa) - e o seu significado está associado aos elementos naturais, à força e à resistência, características deste deus. Nas línguas românicas, o nome deste dia significa “Dia de Júpiter” (“Jueves”, espanhol; “Jeudi”, francês).

Sexta-feira apresenta, igualmente, visíveis correspondências entre as mitologias romana e nórdica. Tal como Vénus, Freya é deusa nórdica da beleza e do amor, sendo também a deusa da sexualidade, da sensualidade, da fertilidade, da música e das flores. Freya dá o nome a este dia nas línguas germânicas ("Freitag", alemão; "Friday", inglês). Nas línguas românicas, o nome deste dia significa “Dia de Vénus” (“Venerdi”, italiano; “Vendredi”, francês).

Sábado e Domingo eram, tanto para os povos germânicos como para os romanos, os dias de Saturno e do Sol. Nas línguas germânicas isso ainda é bem visível (“Saturday”, sábado em inglês; “Sunday”, domingo em inglês). Nas línguas românicas o significado destes dias era também evidente - “Dies Saturnis” e “Dies Solis” (latim) - mas perdeu-se com o tempo essa ligação entre os nomes dos dias da semana e os astros, tendo estes entretanto recebido designações de carácter religioso.

Para mais esclarecimentos sobre este tema consultar Parte I deste artigo

Vera Vieira da Silva

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